Aerosmith quer sentir a "paixão" dos brasileiros na sequência da turnê
Banda de Steven Tyler se apresenta no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (18) e segue para São Paulo e Brasília
Fotos posadas paras as principais agências e veículos, "passagem de som" junto ao microfone para ter o devido retorno da coletiva de imprensa e a mensagem para os jornalistas: "vamos lá, queremos ouvir boas perguntas". Há mais de 40 anos da estrada, e com mais de 150 milhões de discos vendidos no mundo, ao que tudo indica, estas são as únicas preocupações, hoje em dia, de Steven Tyler e do Aerosmith como um todo - com exceção, claro, do problema de saúde do baixista Tom Hamilton, fora da turnê brasileira, que teve início na última terça-feira, em Curitiba.
Consolidados como uma das grandes bandas de rock de todos os tempos, mais no estilo baladas românticas, sem deixar de lado o hard rock com elementos pop, é bem verdade, os norte-americanos hoje se preocupam mais em agradar. Desde 1970 na estrada, o Aerosmith está em solo brasileiro dentro da Global Warming Tour, após o lançamento no ano passado de Music From Another Dimension!, álbum que quebrou um hiato de dez anos da banda nos estúdios.
"Mantivemos o antigo estilo, e estamos procurando manter nossas raízes", disse o líder e vocalista Steven Tyler, em conferência de imprensa no Rio de Janeiro, capital fluminense que recebe o show do Aerosmith na próxima sexta-feira - e que passará também por São Paulo, no domingo, dentro do line up do festival Monsters of Rock, e na próxima quarta-feira, por Brasília.
"Sempre escrevemos músicas novas e a coisa boa dessa banda é que a gente simplesmente não se importa, simplesmente fazemos as coisas", completou ainda Tyler, endossado por seu fiel escudeiro e guitarrista Joe Perry que, mesmo com as brigas do passado, nunca deixou de ser um dos pilares do sucesso do Aerosmith pelo mundo.
"O que nós fizemos, faríamos de novo. Nunca ligamos para o futuro. Continuo dizendo que faríamos tudo isso de novo", explicou Perry, que emprestou o baixista David Hull, de seu projeto alternativo Joe Perry's Project, para a continuidade das apresentações pela América do Sul. Em abril, Tom Hamilton passou por problemas respiratórios e esteve presente na América Latina apenas nas apresentações na Venezuela, Costa Rica e El Salvador. A banda não divulgou qual o real estado de saúde de Hamilton. "O Tom está enfrentando seus próprios problemas e é bom que ele tenha esse tempo para se recuperar com calma", frisou Tyler, em raro momento de seriedade.
"Baseado no nosso passado (de muitas drogas, sexo e rock n'roll), o futuro me parece muito bom. Estamos juntos, gravando discos, e tudo que eu sei, no final do dia, é que eu não me sinto mal. Todos aqui amam o que fazem, e todos fazem o melhor", complementa ainda o vocalista, retomando o bom humor que permite até alguns exageros, como mandar beijos, a todo momento, para uma repórter sentada na coletiva de imprensa.
O pai de Liv Tyler, que ele considera "a sua melhor música composta até hoje", chegou a ficar na "resenha" com os repórteres ao final do evento e fez questão de posar para uma foto com todo a imprensa. Na sequência, o guitarrista Brad Whitford saiu do hotel em que a banda está hospedada, na zona sul do Rio, para tirar fotos com os fãs e para um passeio.
A explicação para tanta simpatia e contato com público e com a imprensa pode estar no fato de a banda gostar, como bem definem, do calor da América do Sul e, em especial, do Brasil. Esta é a quinta passagem do Aerosmith em solo brasileiro. "Mesmo sendo diferentes países, existe muita paixão. Os japoneses são tão vidrados nas letras que gritam e se calam logo depois", brincou Tyler. Joe Perry, para encerrar, vai na mesma linha. "É sempre algo espontâneo, o que nos faz ter a certeza de que cada show será diferente de outro. Isso é muito bom", disse. Sem sombras de dúvidas, sim, isso é muito bom.