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Mais antigo navio intacto é encontrado no fundo do Mar Negro

Embarcação grega de 400 a.C. jaz a mais de dois quilômetros de profundidade na costa da Bulgária

23 out 2018 - 16h23
(atualizado às 17h33)
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Um antigo navio comercial grego, com mais de 2.400 anos de existência, foi encontrado praticamente intacto no fundo do Mar Negro, no litoral da Bulgária, anunciaram pesquisadores nesta terça-feira (23/10), em Londres. Os cientistas disseram se tratar da embarcação naufragada mais antiga de que se tem conhecimento.

Nau tem mastro e remos perfeitamente preservados em ambiente sem oxigênio
Nau tem mastro e remos perfeitamente preservados em ambiente sem oxigênio
Foto: DW / Deutsche Welle

A embarcação é uma de mais de 60 identificadas pelo Projeto de Arqueologia Marítima do Mar Negro, incluindo naus romanas e uma esquadra cossaca do século 17. Localizaram-se, ainda, restos de um assentamento do início da Idade do Bronze, próximo à antiga praia local.

Durante o projeto de três anos, a equipe, que inclui arqueólogos marinhos britânicos, búlgaros, suecos, americanos e gregos, empregou sistemas de câmeras submarinas usadas originalmente para mapear o fundo do mar com o fim de exploração costeira de petróleo e gás.

A época de construção — por volta de 400 a.C., quando a região era um polo comercial repleto de colônias gregas —, foi determinada através da datação por radiocarbono de um pequeno fragmento.

A nau jaz de lado, com o mastro e remos em perfeito estado, a mais de 2 mil metros de profundidade, onde a ausência de oxigênio na água permite a preservação de material orgânico por milhares de anos.

O pesquisador-chefe do projeto, professor John Adams, da Universidade de Southampton, no sul da Inglaterra, comentou que "um navio, sobrevivendo intacto, da Antiguidade Clássica, sob mais de dois quilômetros de água, é algo que eu jamais pensara ser possível", e que "isso vai mudar nossa compreensão de engenharia náutica e de navegação no mundo antigo". Até então, esse tipo de construção só era conhecido de ilustrações em vasos gregos.

A pesquisadora Helen Farr, que faz parte da equipe, comentou à rádio BBC que já foram encontrados destroços de naufrágios mais antigos, "mas este realmente parece intacto". "O projeto, como um todo, na verdade estava examinando a alteração do nível do mar e a inundação da região do Mar Negro, e os destroços são um feliz subproduto disso."

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