Sônia Abrão relembra último encontro com Chorão, seu primo: 'Estava no auge da depressão'
Em entrevista, apresentadora falou sobre infância com o músico e sobre o luto nos dias atuais
-1jy7orqt0u4hi.png "Redação Terra"){kind=small}
Sônia Abrão relembrou sua relação próxima com Chorão, destacou o apoio da família ao cantor e expressou reservas sobre José Loreto interpretá-lo no cinema.
-1iync4ht65lk5.jpg "Sônia Abrão, apresentadora")
A jornalista e apresentadora Sônia Abrão, de 62 anos, comentou na noite de segunda-feira, 7, sobre a relação com o primo, Alexandre Magno Abrão, mais conhecido como Chorão (1970-2013), vocalista do Charlie Brown Jr.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
Segundo Sônia, ela e o cantor cresceram juntos e foram criados como irmãos, o que dificultou mais o luto.
"Era muito [bacana], nos falávamos bastante. Meu pai e meu tio, que era o pai dele, eram irmãos e só eles no mundo. Então, teve fases em que nós morávamos todos juntos, na mesma casa e aquela coisa toda. Quando o Ale nasceu, eu que escolhi o nome dele, depois fui madrinha de casamento dele. Nós fomos criados da mesma maneira. Eu sou mais velha que ele, claro, mas a criação, a formação, tinha muito a ver. A gente falava que não era primo, a gente era irmão. Por isso que é uma coisa que dói até hoje", disse ela, em entrevista concedida ao programa De Frente com Blogueirinha, no YouTube.
A apresentadora também falou sobre a última vez que viu o primo com vida. De acordo com ela, os dois tiveram uma conversa tão profunda durante a madrugada que, de certa forma, já parecia uma despedida.
"A última vez que eu vi o meu primo foi no velório do meu pai. Ele já estava no auge da depressão. Passamos uma madrugada ali no velório e acho que foi quando tivemos a conversa mais profunda da nossa vida. Só podia ser de despedida, não tinha outro jeito de ser. Quando aconteceu, foi um baque danado. Estava perdendo um irmão, um primo, tudo ali", continuou.
Durante a conversa, Sônia comentou também o início da carreira do primo. Segundo ela, na época, já trabalhava em uma rádio e, por algumas vezes, aceitou tocar a fita demo de Chorão para divulgá-lo.
-qxiqtnsmhw0y.jpg "Chorão e Sônia Abrão")
"A primeira demo que ele fez, eu trabalhava na rádio AM, ele levou a demo para tocarmos e dar uma força. Depois, ele trabalhou com a gente ali, foi produtor, acompanhava a equipe. [Se contribui com o sucesso dele?] Acho que de certa maneira sim, dando apoio, acolhimento, acreditando no talento dele", disse, ressaltando que o primo teve apoio incondicional da família. "Todo mundo deu apoio. Meu tio, por exemplo, vendeu a mobília, tudo que tinha de eletrodoméstico, para financiar viagens, sabe? E deu certo."
Uma cinebiografia de Chorão deve ser produzida, e José Loreto é o nome mais cotado para interpretar o vocalista do Charlie Brown Jr. nas telonas. Sobre a possível escolha, Sônia demonstrou chateação.
"Eu não gostei nem um pouco. Fico constrangida de falar porque eu não consigo ver o Chorão nele. Assim, não precisa ter uma semelhança muito grande, mas precisa olhar e achar alguma coisa. O Loreto é um bom ator e acho que ele daria conta do recado. O que eu fiquei pensando é: o cara tem talento, experiência, já fez jogador, lutador… talvez o talento e a sensibilidade consigam fazer com que a gente enxergue ele. Mas eu sou a única da família que não gosta, minha irmã já pensava isso antes do filme."
O longa-metragem ainda não tem data de lançamento, mas deve ser uma homenagem ao cantor e focar em sua relação com Graziella Gonçalves, sua viúva.
O músico morreu em 6 de março de 2013. Seu corpo foi encontrado em seu apartamento, no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo. O SAMU foi acionado, mas, ao chegar ao local, constatou que ele já não estava vivo. Na época, como citado por Sônia, Chorão passava por um período de depressão. O laudo da Perícia Científica apontou que ele morreu em decorrência de uma overdose.
