Raul Gazolla posta foto rara com Daniella Perez e comove famosos: 'Foi mais que um crime'

O ator Raul Gazolla, de 70 anos, compartilhou em seu perfil no Instagram uma foto rara ao lado de Daniella Perez (1970–1992), sua ex-esposa que foi brutalmente assassinada em dezembro de 1992. A publicação, acompanhada de um texto reflexivo, comoveu anônimos e famosos e ganhou apoio na rede social.

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Na imagem, Raul Gazolla e Daniella Perez aparecem abraçados e sorridentes durante a inauguração de uma boate no Rio de Janeiro, em 1990. Na legenda, o ator tentou descrever a emoção daquele momento.

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“A noite caía sobre um delicioso Rio como quem se deita sobre um corpo amado — lenta, macia, íntima. Era a inauguração de uma boate em um Rio delicioso, febril de encantos, em 1990. Neruda dizia que os olhos dos amantes não apenas olham — eles gritam, ardem, anunciam ao mundo a febre do amor”, escreveu ele.

Em outro trecho, o artista refletiu sobre o impacto devastador da morte de Daniella Perez em sua vida: “Para mim, o assassinato de Daniella Perez foi mais que um crime, foi um eclipse ontológico. Uma tentativa bárbara de extinguir a fulgência de uma jovem mulher que ousava existir em estado de arte, cuja presença iluminava com uma intensidade intolerável aos olhos de um narcisismo ferido e tacanho.”

Gazolla também mencionou Guilherme de Pádua (1969–2022), um dos assassinos de Daniella, indiretamente. No texto, ele criticou as razões do crime e chamou o algoz da ex-esposa de 'incapaz'.

“Seu algoz, um ator menor, não matou por paixão, mas por ressentimento — o afeto mais mesquinho da alma humana. Ceifou não apenas uma vida, mas uma simbologia: a da mulher emancipada, desejante, solar. Foi o gesto final de um sujeito incapaz de suportar o protagonismo feminino, de lidar com a alteridade de uma mulher que não se curvava à lógica da posse.”

“Sob um olhar freudiano, foi a pulsão de morte travestida de controle. A projeção violenta de uma masculinidade falida que tenta, na destruição do outro, remediar sua própria insignificância. Daniella foi vítima de um feminicídio simbólico antes mesmo de a linguagem jurídica nomeá-lo como tal — um crime que desnuda, com brutalidade cirúrgica, as engrenagens misóginas ainda operantes na estrutura social.”

Gazolla ainda destacou que, mesmo ausente fisicamente, Daniella permanece eterna, símbolo de resistência e luta contra o feminicídio. “Ela resiste, mitificada. Sua ausência tornou-se presença lapidar. Ecoa como um verso interrompido por mãos indignas, mas jamais silenciado. Sua memória é hoje um farol — ético, poético e político. Lembra-nos, com veemência, que enquanto o brilho feminino for interpretado como afronta, o mundo seguirá sendo um palco perigoso para aquelas que ousam viver com intensidade.”

A publicação do ator gerou grande comoção no Instagram, anônimos e famosos comentaram no post. Paolla Oliveira, por exemplo, reagiu com um emoji de coração partido. Gloria Perez, mãe de Daniella, por sua vez, reagiu à publicação com uma curtida. Marcelo Serrado também deixou um coração na postagem.

“Só quem amou a Dany e teve o amor dela sabe o ser iluminado que ela era. Eu tenho uma carta dela me contando como se apaixonou por você, Raul”, escreveu uma fã. “Vocês são almas gêmeas! Vão viver esse amor na próxima vida, com certeza, sem interrupções!”, comentou outra seguidora do ator

Daniella Perez foi morta em dezembro de 1992, quando tinha 22 anos, em um terreno na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Os assassinos foram Paula Thomaz e seu marido, Guilherme de Pádua (1969-2022), que fazia par romântico com Danielle na novela De Corpo e Alma, escrita por Glória Perez, mãe da atriz.