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Professor da UFRJ diz que comentário sobre filha de Justus foi 'metáfora' e pede desculpas

Marcos Dantas afirmou que nunca pensou em fazer ameaça à família do empresário; ele escreveu 'só a guilhotina' em postagem que menina segura bolsa de grife

9 jul 2025 - 07h50
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O professor aposentado Marcos Dantas divulgou uma carta nesta terça-feira, 8, em que pede desculpas à família do empresário Roberto Justus e da influenciadora Ana Paula Siebert. Ele havia comentado "só a guilhotina" em uma foto em que a filha do casal, Vicky, de 7 anos, aparece segurando uma bolsa de grife. Na carta, Dantas explica que usou uma metáfora.

"Era para ser, e continua sendo, uma simples metáfora, aliás volta e meia empregada por alguém no X (ex-Twitter)", escreveu. "Uma referência simbólica a um evento dramático, mesmo trágico, que marcou para sempre a história da humanidade: a Revolução Francesa. Qual a causa dessa revolução? Uma realidade de profunda desigualdade social, alimentando o radicalismo político."

O professor afirmou que não passou pela cabeça dele fazer uma ameaça real à menina ou à família. Em vídeo nas redes sociais, Justus havia dito que tomaria medidas jurídicas contra ameaças dirigidas à filha. Dirigindo-se ao empresário na carta, Dantas pediu desculpas.

"Se por obra desses incontroláveis fatores próprios da internet, o post lhe chegou a conhecimento e causou-lhe tantas e compreensíveis preocupações, peço sinceramente que me desculpe", afirmou.

Entenda o caso envolvendo foto com a filha de Justus

Na sexta-feira, 4, Justus e Siebert haviam publicado uma foto em que aparecem juntos ao lado da filha no Instagram. Na foto, a menina segura uma bolsa, aparentemente de grife. Um perfil no Twitter repercutiu as imagens indicando que o objeto teria custado R$ 14 mil. Outros perfis passaram a comentar a postagem, entre eles o de Dantas, que escreveu: "só a guilhotina..." em resposta a um comentário anterior que dizia "os bolcheviques estavam certos".

Depois da repercussão, o casal publicou um vídeo defendendo a filha. Siebert afirmou: "Instigar a morte, instigar o ódio, é uma coisa inaceitável. Por isso que a gente está se pronunciando. Se a gente começa a assinar embaixo de que internet é terra de ninguém e todo mundo pode falar o que quiser, não é assim."

Justus afirmou que tomaria medidas jurídicas contra as ameaças. "Desta vez nós vamos atrás dos nosso direitos, até para dar o exemplo. Já acionei todo o corpo jurídico. Não vou aceitar ameaça à nossa família, como pai e mãe de família", disse.

Roberto Justus e Ana Paula Siebert se pronunciaram após ofensas feitas a Vicky
Roberto Justus e Ana Paula Siebert se pronunciaram após ofensas feitas a Vicky
Foto: @robertoljustus via Instagram / Estadão

Universidade se pronuncia sobre comentário da guilhotina

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde Dantas lecionava antes de se aposentar, repudiou o comentário do professor. De acordo com a UFRJ, Marcos Dantas está aposentado desde 2022 e não representa a instituição. Em nota, a universidade e a Escola de Comunicação (ECO) repudiaram "qualquer tipo de expressão de pensamento que incite à violência ou agrida a terceiros".

Leia a carta completa

"Uma metáfora tornou-se ameaça de crime

Era para ser, e continua sendo, uma simples metáfora, aliás volta e meia empregada por alguém no X (ex-Twitter). Uma referência simbólica a um evento dramático, mesmo trágico, que marcou para sempre a história da humanidade: a Revolução Francesa. Qual a causa dessa revolução? Uma realidade de profunda desigualdade social, alimentando o radicalismo político.

Uma imagem repito, imagem, "print" chegou-me, do jeito aleatório que chega no X, acompanhada de um comentário de pessoa com a qual volta e meia troco mensagens pelo X, fazendo referência a outro fato histórico, pelos mesmos motivos igualmente violento e dramático. Eu, inspirado na famosa frase de Maria Antonieta - "se não tem pão, comam biscoitos" respondi com a dita metáfora. Entendo ser um símbolo dramático que nos alerta a todos da tragédia que se pode seguir a tanta insensibilidade social.

Sr. Justus, Nem de longe, em momento algum, passou pela minha cabeça fazer qualquer ameaça pessoal ao senhor, sua esposa ou sua filha. Isso seria um absurdo! Aos 77 anos de idade e vida realizada, felizmente sem motivos para complexos ou ressentimentos, sei muito bem, política e eticamente, que não resolveremos nossos graves problemas sociais, que o senhor certamente não ignora, através de violência social, muito menos individual. Porém temo que se concretize o vaticínio cantado por Wilson das Neves em seu samba "No dia em que o morro descer e não for carnaval/ Ninguém [inclusive eu] vai ficar pro desfile final"... Lembrar aquelas tragédias históricas, pode servir (gostaria que servisse) para alertar a todos quanto a situações que só estimulam, nas mentes mais simplórias, explosões de raiva.

Repito: não tive, não tenho, não passou pela minha cabeça ameaçar sua família. Mas se por obra desses incontroláveis fatores próprios da internet, o post lhe chegou a conhecimento e causou-lhe tantas e compreensíveis preocupações, peço sinceramente que me desculpe."

Estadão
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