Presos? Funcionários de Porto de Galinhas serão penalizados por espancamento a casal gay
Funcionários de Porto de Galinhas que espancaram casal gay já foram localizados; veja
A agressão sofrida por dois turistas na praia de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, ganhou novos desdobramentos nesta semana. As investigações avançaram rapidamente e, até o momento, 14 pessoas já foram identificadas como participantes do ataque ocorrido no sábado (27). Todas deverão responder pelo crime de lesão corporal.
Em entrevista concedida nesta segunda-feira (29) à Rádio Jornal, a governadora Raquel Lyra confirmou que um dos envolvidos já foi formalmente indiciado e reforçou que os demais também serão responsabilizados. "Eu peço desculpas, o que aconteceu é inadmissível. Eu determinei desde o primeiro momento que fossem tomadas todas as providências e estaremos juntos da prefeitura para atuar de maneira firme", declarou.
Raquel Lyra ressaltou ainda que o episódio não pode ser normalizado, mesmo diante da defesa do trabalho informal no litoral. "Todo mundo tem direito de ganhar seu dinheiro e a gente defende muito a voz e a vez do trabalhador, mas a gente não pode deixar que coisas dessa natureza aconteçam, manchando a história e o que é a população pernambucana e o destino turístico de Porto", afirmou. Segundo ela, o governo estadual já atua em conjunto com a Prefeitura de Ipojuca, forças policiais e órgãos de controle para organizar o comércio e reduzir conflitos na região.
Durante a entrevista, a governadora anunciou que uma reunião estratégica seria realizada ainda na manhã desta segunda-feira, sob coordenação do secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho. O objetivo é estabelecer medidas para conter o assédio a turistas. "Teremos um momento crucial para criar regras muito claras junto ao Procon e à Defesa do Consumidor, com atuação firme da Guarda Municipal e da Polícia, para que o turista e o morador não se sintam lesados pelo nível de assédio que acontece nas praias", explicou.
O caso reacende debates antigos sobre a falta de ordenamento no litoral pernambucano. Com cerca de 187 quilômetros de extensão, a faixa costeira do estado enfrenta problemas recorrentes, como fiscalização insuficiente, conflitos comerciais, poluição e erosão. A chegada do verão e das férias escolares intensifica a cobrança por soluções efetivas, principalmente em destinos turísticos de grande fluxo.
Segundo o relato das vítimas, os turistas Johnny Andrade Barbosa e Claiton Zanatta, que viajaram de Cuiabá (MT) para Pernambuco, a confusão começou após um desacordo sobre valores cobrados por serviços na praia. O preço inicialmente combinado teria sido alterado, quase dobrando. Após questionarem a cobrança, eles afirmam ter sido cercados e agredidos por mais de dez pessoas, com socos e chutes, em um local onde, segundo eles, não havia policiamento. "A cidade não tem estrutura para receber turistas", disse Johnny.