Filme Tieta do Agreste, de Cacá Diegues, gerou rixa entre Betty Faria e Sonia Braga
Protagonista da versão para a TV não aceitou ficar de fora do longa inspirado no mesmo romance
A morte do cineasta Cacá Diegues traz à memória uma controvérsia suscitada por seu filme ‘Tieta do Agreste’, de 1996. A presença de Sonia Braga no papel-título indignou Betty Faria, que havia feito a personagem na novela da Globo, sete anos antes (reprisada atualmente à tarde, com boa audiência.)
“Não somos amigas. Pelo contrário: ela não pediu licença para ser Tieta no cinema, e isso foi péssimo”, disse Betty à revista ‘Época’. Ela comprou os direitos do romance de Jorge Amado para a TV e os cedeu à Globo, enquanto Sonia adquiriu os direitos para a versão cinematográfica.
Amigos das duas estrelas, Cacá Diegues ficou no meio do climão. Hoje, ao saber da morte do diretor, Sonia Braga, que mora em Nova York, se manifestou. “Ainda que não tivesse sido cineasta e realizado filmes que ajudaram a compreender o país, como Bye Brasil, Cinco Vezes Favela, Xica da Silva, Joanna Francesa e muitos outros, Cacá Diegues já mereceria todas as homenagens do mundo pelo ser humano doce e íntegro que foi ao longo de toda a sua vida. Não bastasse tudo isso, ainda era engraçado, dono de um humor inteligente como poucos”, escreveu.
“Com ele fiz o filme Tieta, e sua filha Flora, que partiu muito cedo, interpretou Tieta criança. Foi um privilégio poder conviver e trabalhar com ele. Cacá era amável e amado por todos. Não transparecia a importância que tinha, imensurável para a cultura brasileira.”
A atriz Flora Diegues, nascida do casamento do cineasta com Renata Almeida Magalhães, atual presidente da Academia Brasileira de Cinema, morreu aos 34 anos, de câncer no cérebro, em 2019. Cacá deixa outros dois filhos, Isabel e Francisco, de seu relacionamento com a cantora e compositora Nara Leão (1942-1989).
