Filha de piloto morto com Marília Mendonça acusa divisão injusta do seguro: 'Todas as vidas valem igual'
Vitória Medeiros revela como a família da cantora ficou com metade do valor pago pela seguradora, deixando as outras vítimas com a parte restante
Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Medeiros Júnior — uma das cinco vítimas do acidente aéreo que tirou a vida de Marília Mendonça em novembro de 2021 — usou as redes sociais para desabafar sobre a forma como o seguro da aeronave foi dividido. O valor total do seguro era de aproximadamente US$ 1 milhão, mas, segundo Vitória, a divisão não foi feita de forma igualitária entre os familiares dos mortos.
De maneira firme, Vitória afirmou: "Não foi justo. Cada vida vale o mesmo." A jovem revelou que a família da cantora teria ficado com 50% do valor total, enquanto a outra metade foi dividida entre os parentes das demais quatro vítimas. Ou seja, a família de seu pai recebeu apenas um quarto dos 50% restantes — o equivalente a cerca de US$ 125 mil.
Vitória contou que, mesmo considerando a situação injusta, aceitou o acordo para evitar um processo judicial longo, desgastante e doloroso. Segundo ela, entrar na Justiça poderia levar anos e deixaria sua família desamparada financeiramente durante esse tempo. "A gente não entrou na Justiça porque ia demorar muito e eu não ia ter condição de esperar esse tempo todo. Era meu pai que sustentava a casa", explicou, com a voz embargada. O desabafo comoveu os internautas.
A mãe de Marília Mendonça, Ruth Moreira, que representa o filho da cantora, Leo — herdeiro legal —, negou qualquer atitude injusta e afirmou que o valor recebido foi respaldado por cláusulas do contrato do seguro. A defesa dela também disse que está sendo vítima de uma campanha de difamação e que seguiu as orientações legais previstas.
Apesar disso, o sentimento de desigualdade permanece. Vitória deixou claro que não questiona o valor da vida de Marília, mas sim o princípio da equidade: todas as vítimas estavam no mesmo avião, morreram no mesmo acidente e deixaram famílias igualmente enlutadas. Seu posicionamento reacendeu uma discussão sensível sobre os critérios de compensação adotados por seguradoras e sobre o que realmente significa "justiça" após uma tragédia coletiva.
Além da dor irreparável da perda, os familiares das vítimas continuam enfrentando disputas e obstáculos burocráticos, enquanto tentam manter viva a memória dos entes queridos. O caso, mais de três anos após o acidente, revela como a luta por respeito e dignidade ainda está longe de terminar.