Famosos marcam presença na Parada LGBTQIA+ em São Paulo
Neste domingo (22 de junho), a Avenida Paulista, no centro de São Paulo, foi palco da 29ª edição da Parada do Orgulho LGBT+, evento que neste ano colocou o envelhecimento da população LGBTQIAPN+ no centro do debate. Sob o lema "Envelhecer LGBT+: Memória, Resistência e Futuro", a celebração buscou evidenciar os desafios enfrentados na terceira idade, como solidão, etarismo, dificuldades no acesso à saúde e a persistente ausência de políticas públicas específicas.
A movimentação contou com a presença de milhares de pessoas, muitas vindas de outros estados. Grupos de cidades como Ourinhos (SP), Curitiba (PR) e Cambará (PR) chegaram à capital em caravanas organizadas, com participantes empenhados em garantir sua presença desde as primeiras horas do dia. "A nossa única preocupação era achar um lugar para tomar banho e se arrumar", contou Vander Junior, que integrou uma das caravanas que chegou à cidade ainda na madrugada.
Além da presença massiva da população, o evento também atraiu parlamentares e artistas. Representantes do PSOL e do PT estiveram no local, entre eles as vereadoras Amanda Paschoal e Luana Alves, e as deputadas estaduais Ediane Maria, Carol Iara e Beth Sahao. Durante sua fala ao público, Amanda Paschoal destacou: "Ser LGBT em qualquer faixa etária é extremamente difícil na sociedade brasileira […] o envelhecimento, por si só, já é um desafio no Brasil — e, para a população LGBTQIAPN+, soma-se a toda essa violência estruturada contra nós".
Enquanto isso, artistas como Wanessa Camargo, Léo Áquila, Marcela Mc Gowan, Leo Áquila, Pedro Sampaio, Pepita e a Banda Uó também participaram da festa. Os figurinos chamativos e carregados de símbolos da luta pela diversidade foram um dos atrativos visuais do evento, amplamente compartilhados nas redes sociais. A apresentadora Cariúcha, uma das presenças mais comentadas, discursou sobre o orgulho que sente da filha trans e o apoio recebido da comunidade.
Wanessa Camargo marca presença na parada LGBTQIA+ (Foto: Reprodução)
Léo Aquila marca presença na parada LGBTQIA+ (Foto: Reprodução)
Famílias LGBTQIAPN+ marcaram presença de forma significativa. Um exemplo foi o casal Jarbas e Mikael Bitencourt, que levou à Parada a filha Antonella, nascida por barriga solidária. "É o primeiro ano da nossa filha aqui. Para nós, isso é mais que um momento familiar, é um símbolo de luta e conquista", comentaram os pais, emocionados.
A celebração também teve impacto direto na economia da capital paulista. De acordo com a Associação Comercial de São Paulo, a Parada deste ano deve gerar uma movimentação estimada em R$ 548,5 milhões, valor 16% superior ao registrado na edição anterior.
Aliás, a festa se destacou não apenas por sua pauta política e social, mas pela diversidade de estilos, cores, fantasias e símbolos representados por seus participantes. Grupos como "Mães pela Diversidade" distribuíram abraços e mensagens de acolhimento ao longo do trajeto, enquanto ativistas, drag queens e artistas de rua celebravam ao som de música e palavras de resistência.
Portanto, mais do que um desfile festivo, a 29ª Parada do Orgulho LGBT+ reafirmou sua função como espaço de denúncia, acolhimento e visibilidade, especialmente para aqueles que, ao envelhecer, continuam reivindicando dignidade e reconhecimento.