Além de Roberta Miranda, outras famosas se apaixonaram por mulheres e algumas até foram casadas sem o público saber
MPB sempre foi um celeiro de artistas lésbicas e bissexuais vivendo intensamente grandes histórias de amor
Apesar de ser uma mulher independente desde os 18 anos, Roberta Miranda esperou meio século após sair da casa dos pais para se declarar bissexual e revelar ter se apaixonado por uma mulher que também despertou o amor de seu pai. O silêncio foi uma promessa feita à mãe em seu leito de morte. A sertaneja contou a respeito em sua biografia recém-lançada.
No meio artístico, todo mundo sabia da orientação sexual da grande cantora e compositora. A imprensa não divulgava por respeito. O mesmo aconteceu com outras mulheres famosas: esperou-se que elas se manifestassem publicamente sobre a intimidade – ou algum veículo confirmasse a informação – para então se publicar sobre namoros e casamentos.
A cantora Simone, intérprete de tantos clássicos (‘Tô que Tô’, ‘Uma Nova Mulher’, ‘Então é Natal’ etc.) foi casada por sete anos com a atriz Isis de Oliveira, lembrada pelas novelas ‘Roque Santeiro’, ‘Meu Bem Meu Mal’ e ‘Que Rei Sou Eu?’
Marina Lima ficou encantada por Gal Costa ao vê-la pela TV no ‘Cassino do Chacrinha’, programa musical exibido na Globo nos anos 1980. O destino a levou para perto da diva. Foi conexão à primeira vista: as duas tiveram um affair.
Gal também se relacionou com a atriz Lúcia Veríssimo. Um casamento sólido e longo. “Era um momento mágico para nós duas”, disse a estrela das novelas ‘O Salvador da Pátria’, ‘Despedida de Solteiro’ e ‘América’.
Seis anos após ficar viúva da cineasta Susana Moraes, a cantora e compositora Adriana Calcanhotto iniciou um romance com a atriz Maitê Proença. Quando descoberto, o namoro gerou invasão de privacidade na vida de ambas, sempre discretas sobre a intimidade.
Outro ícone da música, Maria Bethânia namorou homens (entre eles, o cantor Fábio Jr.) e mulheres. Desde 2017, está casada com a estilista Gilda Midani, mãe do ator e apresentador João Vicente de Castro.
Crush de milhões de fãs, Ana Carolina já seduziu muita gente com sua rara voz de contralto. Entre elas, a atriz Letícia Lima (‘Porta dos Fundos’, ‘Amor de Mãe’, ‘Cilada’) e a cantora e pianista italiana Chiara Civello. Aliás, Ana e a artista europeia se conheceram num sarau no Rio. Bem romântico, não?
A lista de amor entre mulheres conhecidas é enorme. Podemos citar também os relacionamentos da cantora Daniela Mercury com a jornalista Malu Verçosa, da atriz Nanda Costa com a musicista Lan Lan, das atrizes Inez Viana e Debora Lam, da cantora Ludmilla com a influenciadora Bruna Gonçalves, da apresentadora Fernanda Gentil com a jornalista Fernanda Montandon, das cantoras Joanna e Karen Keldani, e da cantora Sandra Sá com a produtora Simone Malafaia.
Sem dizer uma palavra ou falando abertamente sobre a questão, estas e outras personalidades femininas colaboram para o combate ao preconceito que afeta o amor entre duas mulheres.
Dão continuidade à luta de precursoras, a exemplo da escritora Cassandra Rios. Seu livro ‘Volúpia do Pecado’, lançado em 1948, narrando a paixão e o desejo de duas jovens vizinhas, abriu caminho – passando inclusive pelo pelotão da ditadura – para que, hoje, mulheres lésbicas e bissexuais possam viver livremente (ou quase assim) seus sentimentos mais íntimos.