Adriane Galisteu se reinventa ao deixar os medos de lado: 'Sempre fui uma mulher de verdade'
Durante o especial CARAS Inverno, Adriane Galisteu sai da defensiva para lidar com a menopausa e a finitude da vida
Ao longo de sua trajetória, Adriane Galisteu (52) se tornou perita em quebrar tabus. Sempre de cabeça erguida, ela provou ao Brasil o tamanho de sua força e talento, se firmou como uma estrela da TV e, nos últimos tempos, tem se revelado uma voz para as questões femininas. Afinal, como toda mulher, tem momentos de dificuldade, medo e insegurança.
Sempre fui uma mulher de verdade, mas estava caindo sem ninguém saber."
Corajosa, tem passado por cima desses sentimentos e mostrado sua humanidade e vulnerabilidade ao falar sobre menopausa, envelhecimento e até crises familiares, tanto na internet quanto na telinha com a chegada da 2ª temporada de Barras Invisíveis, da Universal+, que acompanha sua rotina como mãe, mulher e profissional.
"Na primeira temporada, estava tensa. Queria filtro, óculos, make. Na segunda, relaxei, não estava na defensiva. Essa temporada é mais perto do meu coração e estou ali com todos os meus defeitos", avisa ela, que deu rasante na temporada de inverno de CARAS, em Campos de Jordão, na serra paulista, ao lado de seu Alexandre Iodice (53) e do filho, Vittorio (14).
Eu me sinto obrigada a viver melhor vendo minha mãe."
- O que você mostra na 2ª temporada que não mostrou na 1ª?
- As angústias, medos, discussões familiares, tretas! Desde coisas bobas, como o tênis furado do Vittorio, porque me incomodo quando vejo ele malvestido, até questões mais profundas, como o envelhecimento da minha mãe, que está sendo difícil para mim. Vê-la envelhecer e passar por esse processo de voltar a ser criança é difícil. Ela depende de mim, do meu carinho, da minha atenção, mas também depende do básico. Tentei meio que defender todas essas coisas na primeira temporada, mas agora está tudo lá.
- Com isso, como passou a lidar com a finitude e o envelhecer?
- Lido mal, muito mal! As pessoas confundem envelhecer com finitude. Eu acho uma merda envelhecer, eu só aceito. Mas é preciso ficar claro que não acho ruim os cabelos brancos, a falta de colágeno, a bunda caída, as rugas, porque tudo isso você conserta, coloca toxina, puxa, faz dieta. O problema é a finitude, não gosto de ver o tempo passando e ver que você está mais perto do fim do que do início. Para mim, é difícil administrar isso e percebo pela minha mãe, que fica diferente a cada dia, e pelo Vittorio, que também cresce muito rápido.
Quando eu me vi na menopausa, me vi sem informação. É preciso desmistificar."
- Passou a ver a vida diferente?
- Eu me coloco ali no meio e me sinto obrigada a viver melhor. Dizem que os mais velhos, os nossos pais, vivem melhor se a gente conversar mais com eles e trazê-los para perto da gente. Faço isso, mas não é fácil, minha mãe quer se isolar, ficar em casa vendo TV. Eu me sinto obrigada a viver melhor vendo ela envelhecer com as coisas que não fez: ela foi uma mulher que não treinou, porque não era da época dela a coisa da ginástica, da alimentação. Ela passou pela menopausa em silêncio, sofreu sozinha e eu estou vivendo esse processo e vejo o quanto é difícil e solitário, mas uso as minhas redes sociais para falar sobre isso e trazer as pessoas para perto desse tema.
- Isso conecta as pessoas, elas se veem naquele lugar e você se tornou representante do tema, tanto que vem um livro por aí...
- Vem livro aí! O nome é '130 Sintomas', o número de sintomas que a mulher pode sentir nesse período. A gente tem que falar sobre isso e o conhecimento é tão importante quanto o tratamento. Quando me vi na menopausa, me vi sem informação. Tenho uma vida saudável, treino e achei que não teria problemas, mas a menopausa me atropelou. É importante desmistificar, porque chega a um ponto que se você não souber lidar com isso perde até o marido. Tive sintomas agudos, você se acha feia, sem libido, carta fora do baralho. O humor muda, você não se reconhece e ainda tem o olhar da sociedade... eu me vi nesse lugar.
- E como foi passar por isso?
- Sempre tentei abrir minha vida, meu coração, falar dos meus defeitos, mas fiquei em dúvida se falaria ou não disso. Como me veriam nesse lugar? Fiquei um tempo sozinha nesse rolê!
- E o que te motivou a falar?
- Foi me dando uma angústia, não podia suportar aquilo sozinha. Estava caindo sem ninguém saber, nem meu marido. Estava escondida, mas eu não sou assim, sempre fui uma mulher de verdade, gosto da minha vida, tenho orgulho da minha história. Não dava para viver aquilo sozinha. O Alê falou: 'Se está com problemas, vamos juntos ao médico'. Ele ficou aliviado porque achou que eu estava enlouquecendo. Precisa ter cuidados, senão o relacionamento desanda. Não é falta de amor, mas você se vê diferente. Se eu não me reconhecia, imagina ele.
- E a partir disso você se abriu...
- Abri a câmera, procurei tratamento e tudo começou a melhorar. A menopausa é um caos, mas o tratamento resolve rápido, essa é a parte boa, não precisa ter medo. Tem gente que fala que não pode fazer reposição hormonal, mas existem caminhos para tratar.
- A mulher não é preparada para isso ao longo da vida, né?
- A menopausa não é o fim. Estou pronta para novos desafios, plena para a chegada da Fazenda, da RecordTV, em setembro, e para a terceira temporada do Barras! Sigo pronta para a minha vida!
- E tem mais projetos, você vai lançar um doc pela HBO sobre o romance com o Ayrton Senna...
- O documentário, que poderá ser visto esse ano, contará a história do meu livro, lançado pela CARAS em 1994. Não tinha intenção de fazer esse doc, mas percebi a comoção pelo livro, 30 anos depois do lançamento, e o Ayrton merece todas as homenagens. Não se trata de uma resposta, não é um recado, é só a minha história. Que fique claro: não sou essa mulher da confusão, da guerra e da polêmica. Mas tenho uma história para contar e ela merece ser contada.
Adriane Galisteu - Ian Castilho
Adriane Galisteu ao lado do marido, Alexandre Iodice, e do filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu - Ian Castilho
Adriane Galisteu ao lado do marido, Alexandre Iodice, e do filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu ao lado do marido, Alexandre Iodice, e do filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu com o filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu ao lado do marido, Alexandre Iodice, e do filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu com o filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu com o filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu ao lado do marido, Alexandre Iodice, e do filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu ao lado do marido, Alexandre Iodice, e do filho, Vittorio - Ian Castilho
Adriane Galisteu - Ian Castilho
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