Fãs pedem "Sina de Ofélia" ao vivo e Luísa Sonza domina a internet
Versão criada por IA viraliza no TikTok e público pressiona por show
Uma música que nunca foi oficialmente lançada, nunca entrou em plataformas de streaming e jamais ganhou uma performance ao vivo conseguiu algo raro no pop brasileiro: conquistar a internet e virar pedido obrigatório nos shows. Esse é o caso de "Sina de Ofélia", versão em português criada por Inteligência Artificial a partir de "The Fate of Ophelia", faixa atribuída a Taylor Swift, que ganhou vocais simulados de Luísa Sonza e Dilsinho e se transformou em fenômeno nas redes sociais.
O sucesso digital da canção atravessou a tela do celular e chegou às plateias. No último sábado (27), durante o Pré-Réveillon SeráQAbre?, no Rio de Janeiro, fãs da cantora passaram boa parte do show clamando, aos gritos, para que Luísa cantasse "Sina de Ofélia" ao vivo. A apresentação marcou o último show da artista em 2025, mas, apesar da pressão, a música viral não apareceu no setlist.
A versão "abrasileirada" de "The Fate of Ophelia" viralizou especialmente no TikTok, onde acumulou milhares de vídeos, trends e reações. Muitos usuários sequer sabiam que se tratava de uma criação feita com IA. Para boa parte do público, a faixa soava como um lançamento legítimo, tanto pela naturalidade da letra em português quanto pela semelhança dos vocais com os de Luísa Sonza.
A cantora, por sua vez, nunca ignorou o fenômeno. Luísa brincou com a música em vídeos nas redes sociais, reagiu ao sucesso e demonstrou bom humor diante da repercussão, mas sempre evitou confirmar qualquer intenção de lançar ou cantar a faixa oficialmente. Nos shows, o silêncio permanece.
Antes mesmo da apresentação no SeráQAbre?, os pedidos já circulavam entre os fãs mais engajados, conhecidos como "sonzers". No evento, a cobrança ganhou força no presencial, com gritos coletivos entre uma música e outra. Ainda assim, Luísa seguiu o roteiro planejado.
Entre os fãs, uma das teorias mais comentadas envolve possíveis entraves jurídicos. Como "Sina de Ofélia" deriva de uma composição associada a Taylor Swift, existe a suspeita de que a música não tenha qualquer liberação oficial para uso comercial ou execução pública. A ausência de autorização da equipe ou da gravadora da cantora americana pode tornar inviável qualquer performance ao vivo.
Esse cuidado não seria novidade na carreira de Luísa, que sempre manteve atenção aos aspectos legais de seus lançamentos. Mesmo com a enorme pressão popular, cantar a música no palco poderia abrir margem para disputas judiciais ou conflitos com detentores de direitos autorais.
O alcance de "Sina de Ofélia" chamou atenção até de artistas e produtores do mercado. Neste fim de semana, DENNIS, que colaborou recentemente com Luísa em "MOTINHA 2.0 (Mete Marcha)", publicou um Reels no Instagram com um remix da faixa viral.
"Não aguentei, tive que fazer um remix. Essa também tá grudada na cabeça de vocês?", escreveu o DJ. A versão não chegou às plataformas, mas ajudou a ampliar ainda mais o alcance da música, reforçando seu status de hit informal.
Luísa Sonza: Show sem 'Sina', mas com domínio total do público
Mesmo sem atender ao pedido mais aguardado da noite, Luísa Sonza transformou o SeráQAbre? em um espetáculo intenso. A cantora passeou pelos principais hits de seus três álbuns, com destaque para faixas como "A Dona Aranha", "ANACONDA", "MODO TURBO" e "sentaDONA (remix)".
O repertório também incluiu parcerias recentes lançadas em 2025, como "MOTINHA 2.0 (Mete Marcha)" e "Bunda", além de momentos que reforçam o conceito da nova fase da artista. Luísa repetiu o cover de "Louras Geladas", do RPM, e sinalizou os caminhos do aguardado quarto álbum, conhecido provisoriamente como LS4.
O encerramento veio com clima emotivo. Ao cantar "Iguaria", Luísa deixou uma mensagem direta aos fãs, olhando para 2026 como um ano de novos ciclos, desafios e entregas artísticas.
"Sina de Ofélia" se tornou um raro exemplo de música que vive fora das regras tradicionais da indústria. Criada por IA, sem lançamento oficial e sem performance ao vivo, a faixa conquistou espaço na cultura pop brasileira e virou símbolo do poder das redes sociais.
Se um dia Luísa Sonza vai cantar essa música no palco, ninguém sabe. Por enquanto, o público segue pedindo, a internet segue viralizando e "Sina de Ofélia" continua existindo no limbo curioso entre o digital e o desejo coletivo dos fãs.