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Trama de espionagem real parece ficção, diz Doug Liman

20 mai 2010 - 10h37
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Orlando Margarido
Direto de Cannes

Único concorrente dos Estados Unidos na competição oficial, Fair Game foi exibido nesta manhã em Cannes trazendo um fato midiático em plena neurose americana pós-11 de setembro e uma estrela para o tapete vermelho. Essas não são muitas nesta edição e a beleza de Naomi Watts atrai atenção e lota a sala onde acontecem as entrevistas com os jornalistas. Mas desta vez o tema do filme de Doug Liman (A Identidade Bourne, Sr. e Sra. Smith) divide com a atriz a curiosidade dos profissionais, já que se trata de um acontecimento relativamente recente.

Em 2003, Valerie Plame teve revelada sua identidade como agente secreta da CIA por um jornalista. Seu disfarce como analista financeira acabou quando o marido, o embaixador Joseph Wilson, atacou publicamente a Casa Branca de mentir sobre a fabricação de mísseis nucleares no Iraque. Como se sabe, a acusação justificou o ataque contra o país. A protagonista do episódio escreveu dois livros a respeito, nos quais a fita é baseada, e agora está na tela. O papel, claro, é de Naomi, e Sean Penn interpreta seu marido. Presidente do júri oficial de Cannes há dois anos, o ator não veio a Croisette.

Era esperada uma condução política na conversa com os jornalistas, mas Liman foi cuidadoso e contornou questões como uma suposta crítica à Casa Branca e à mídia. ¿Essa é simplesmente uma história que tem de ser contada, porque apesar de real, parece ficção", disse. "Também pela relevância que o fato teve naquele momento de preocupação com a segurança dos Estados Unidos que todos nós vivemos; mas ele (o filme) não advoga nada, não foi feito para isso¿. Liman insistiu que o foco do filme não é apenas a trama que leva à revelação da identidade de Plame, "como se apenas fosse um thriller político", mas a questão tratada no casamento dela e Wilson. "Eles também não sabiam o que era verdade e mentira nessa relação e tinham uma crise pessoal para resolver, além da profissional".

Como está no filme, Wilson se envolveu com a CIA nos primeiros passos da investigação para saber se as tais armas iraquianas existiam na Nigéria, o que supôs uma indicação da própria mulher para o caso.

Liman contou que não há um desafio particular em se debruçar sobre uma história recente, ainda fresca na memória da audiência americana. "Mas houve tempo suficiente para se refletir sobre ela, tanto por parte da imprensa, da mídia em geral, como pelos envolvidos, que escreveram livros a respeito e agora estão dedicados ao debate pelo país", disse. O casal vive hoje em Santa Fé, no Novo México.

O diretor é competente na condução do suspense e a platéia recebeu bem ao final, embora houvesse quem questionasse a presença na competição de um filme que não traz novidade em seu gênero. É provável, argumenta-se por aqui, que a escolha para a competição tenha vindo pela necessidade de uma representação americana para o concurso oficial.

Foto: Divulgação
Fonte: Especial para Terra
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