'Robin Hood': o sucesso de um filme se vê mesmo na bilheteria
Quase sempre que um filme, dirigido por um grande diretor e estrelado por astros de Hollywood, é destroçado pelos críticos de plantão, acaba tendo uma boa performance nas bilheterias. No último fim de semana, aconteceu exatamente isso com o longa
Robin Hood, dirigido pelo inglês Ridley Scott - que já foi cult e querido aos olhos da crítica - e estrelado por Russell Crowe e Cate Blanchett - ambos vencedores do Oscar.
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Massacrado pela maioria da crítica especializada, o filme sobre um dos maiores heróis da ficção britânica - que abriu o Festival de Cannes deste ano - acumulou, no seu fim de semana de estreia, cerca de US$ 111 milhões de dólares de bilheteria. Nada mal para um filme que a crítica julgou frio e burocrático.
Odiados pela crítica, amados pelo público
O fenômeno acompanha também os filmes nacionais. O mais recente exemplo dessa "epidemia" é o sucesso Chico Xavier, dirigido por Daniel Filho. O longa, que retrata a vida do médium brasileiro que este ano, se estivesse vivo, completaria 100 anos, levou mais de 3 milhões de espectadores às salas de cinema, desde que estreou em 2 de abril - um recorde para a cinematografia nacional, pós-retomada. Não chegou a ser execrado pela crítica, como seu colega europeu, mas também não foi aclamadíssimo.
O que os dois filmes têm em comum, além do quase desprezo da crítica? Uma história redondinha, personagens simpáticos ao público, boas atuações, elementos técnicos acertados, como uma fotografia impecável - nada daquelas tomadas desfocadas ou planos enviesados tão incensados pela critica, mas completamente incompreensíveis para os espectadores. Além de locações belíssimas, no caso de Robin Hoood.
Sobre ainda o filme inglês, a história, tantas vezes contadas por uma mesma ótica, ganhou um novo olhar ao trazer para a telona explicações bem plausíveis para o surgimento de Robin Longstride (no caso construção, uma vez que Robin Hood não existiu - apesar de as histórias sobre ele fazerem parecer que sim, ele habitou as matas da afamada Floresta de Sherwood).
Essa nova faceta do famoso ladrão socialista, que vivia acampado no meio da mata e roubava dos ricos para dar aos pobres, acabou, com certeza, cativando o espectador - sem contar o charme safado do ator Russell Crowe, que, mesmo com suas unhas sujas (herói de verdade!), enfeitiçou a platéia feminina com sua voz rouca de cigarro. Pura diversão. E cinema serve mesmo pra quê?