Críticos de cinema classificam filme sobre Lady Di como triste e desprezível
Críticos de cinema classificaram o filme Diana, sobre o relacionamento da Princesa Diana com o médico paquistanês Hasnat Khan como uma novela intrusiva e embaraçosamente desprezível. No longa, cuja estreia no Brasil está prevista para o final de outubro, a atriz Naomi Watts interpreta a protagonista e contracena com Naveen Andrews, no papel de seu amante. A produção chegou aos cinemas britânicos na quinta-feira (5).
Tabloides do Reino Unido - que acompanharam todos os meandros da vida de Diana desde seu casamento, em 1981, com o príncipe Charles, até o divórcio e à sua morte em um acidente de carro em Paris, em 1997 - reagiram de forma contundente ao filme, dirigido pelo alemão Oliver Hirschbiegel (do aclamado A Queda! As Últimas Horas de Hitler).
"A Rainha dos Corações (Diana) foi apresentada como uma patética solitária que Bridget Jones atravessaria a rua para evitar", escreveu David Edwards do The Mirror, em uma crítica que definiu a obra como um "esforço triste e desprezível".
O filme é baseado em Diana: Her Last Love, livro publicado em 2000 por Kate Snell que argumenta que a ex-mulher do herdeiro do trono britânico teve um caso às escondidas com Khan nos últimos dois anos de sua vida.
Diana tem cenas retratando a protagonista em hospitais, carros, seu apartamento e no Palácio de Kensington intercaladas a aparições públicas na campanha contra as minas terrestres e a abjeta entrevista que concedeu em 1995 sobre seu relacionamento com Charles, na qual ela que havia "três de nós no casamento com ele".
A personagem Diana diz a Khan em seu primeiro "encontro" que adora novelas de televisão. Algumas das cenas do filme, incluindo o seu rompimento em um parque de Londres, no meio da noite, poderiam ser classificadas como novelescas.
O diálogo, que inclui poesia persa e versos como "agora que sou amada não me sinto mais sozinha" foi mal recebido, não tendo obtido mais do que uma estrela na classificação geral da crítica.
"Mesmo quando essas falas são ditas por uma perfumada Naomi Watts, dando o seu melhor para um roteiro constrangedor, o filme ainda é atroz e invasivo", escreveu Kate Muir no Times.
A imprensa mundial continua a dar espaço à vida de Diana, 16 anos após sua morte. Nesta semana, tabloides britânicos deram destaque estrondoso a uma teoria da conspiração envolvendo as forças especiais e a um primo da realeza que chamou Diana de "maldosa" na Vanity Fair.
Em agosto, Hasnat Khan prometeu que nunca iria ver o filme e disse que tudo se baseia em hipóteses e fofocas.
Watts afirmou à Reuters, num tapete vermelho pouco concorrido, que estava preocupado com o que os filhos de Diana, os príncipes William e Harry, podem pensar do filme caso o assistam. "Se eles forem (ver), espero que sintam que fomos respeitosos e preservamos a memória dela da melhor maneira possível", ela disse.