'Cortina de Fumaça' incendeia a discussão sobre as drogas

5 set 2011 - 07h15

(atualizado às 07h18)

Leandro Souto Maior

Rodrigo Mac Niven, 35 anos, viajou à beça para concluir seu primeiro longa, o documentário Cortina de Fumaça, que estreou nos cinemas neste fim de semana. O diretor rodou o Brasil, gravou na Inglaterra, Espanha, Holanda, Suíça, Argentina e Estados Unidos, visitou feiras, congressos, hospitais e prisões atrás de depoimentos de 34 personagens, entre médicos, pesquisadores, advogados e policiais, para colocar fogo na delicada discussão sobre a questão das drogas, especialmente a maconha.

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"Eu brinco dizendo que a maconha foi minha porta de entrada para o cinema. Fui buscar entender a política de drogas no mundo e fiquei abismado ao constatar como eu era leigo no assunto. É importante entender sobre a questão do tráfico, da descriminalização. As pessoas só repetem o discurso da mídia. Meu objetivo é chacoalhar a cabeça da galera com informações novas. Os depoimentos são fortes, é um tapa na cara", descreve Mac Niven.

Ele passa a bola para nomes como o ex-Chefe do Estado Geral Maior do Rio de Janeiro Jorge da Silva, o criminalista Nilo Batista, o escritor Fernando Gabeira e até o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso.

"Ele é um político que está aí falando abertamente do assunto. Minha preocupação era não fazer apologia. O critério de seleção dos entrevistados foi a credibilidade. Não tem ali nenhum doidão", define.

Cortina de Fumaça já rodou festivais de cinema no Brasil e exterior. "Acho que vai repercutir. Uma menina no Sul disse que o filme mudou sua relação com o pai, que era bem radical. Essas coisas pontuais de transformação fazem valer a pena", delira o diretor.