Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Coco antes de Chanel e do nazismo

3 out 2009 - 18h49
(atualizado em 3/11/2009 às 18h22)
Compartilhar

Gabrielle foi uma garota órfã de mãe, que o pai largou num colégio interno do interior da França para ser criada por freiras e nunca mais apareceu. Na adolescência, após sair da instituição, com cerca de 18 anos, ela e a irmã se empregaram numa oficina de costura de dia e à noite apresentavam juntas um número musical num café da cidade. Nessa época, enquanto as moçoilas francesas pensavam em arrumar bons casamentos, a aspiração da caçula Gabrielle ¿ uma descrente no amor - era se apresentar em um grande teatro musical de Paris. Depois que sua carreira musical não emplacou, ela, que caiu nas graças de um nobre e maduro latifundiário e de um rico negociante e aventureiro inglês, entregou-se àquela que seria sua real vocação e que a fez famosa no mundo por décadas: a alta costura.

Audrey Tautou interpreta Coco Chanel em biografia feita para as telonas
Audrey Tautou interpreta Coco Chanel em biografia feita para as telonas
Foto: Divulgação

» Veja fotos do filme
» Assista ao trailer de 'Coco Antes de Chanel'

Essa é a sinopse do filme Coco Antes de Chanel, mas é um resumo nu, cru e simplório da vida da primeira mulher estilista a vencer na alta costura. O longa, dirigido por Anne Fonatine (natural de Luxemburgo) e em cartaz nos cinemas, retrata somente um extrato da vida de Gabrielle Chanel (1873-1971) - Coco era seu apelido -, nascida na cidadezinha de Saumur, no Vale do Loire, França: sua adolescência e início de seu negócio como chapeleira.

O início de um império

Assim, detratores do trabalho de Anne não têm muito propósito em cobrar a exibição da faceta colaboracionista de Coco durante a invasão nazista à França. O filme termina antes de Gabrielle Chanel virar efetivamente Coco Chanel - faz somente um salto para um desfile, numa clara referência (e reverência) ao valor de Chanel para o mundo atual da moda, uma vez que as modelos que descem as escada da maison vestem modelos que não retratam os últimos anos de atividade da estilista. Portanto, nem esbarra no período em que Chanel se envolveu com o oficial alemão Hans Gunther von Dincklage e chegou a ser presa, na Inglaterra, acusada por crimes de guerra - não chegou a julgamento devido à intervenção da família real britânica.

Apesar de um período breve a fase retratada no longa é essencial para o entendimento do mito Chanel. Através da lente burocrática - e talvez por isso eficiente - de Anne Fontaine, toma-se dimensão de como o sofrimento pela rejeição paterna acabou moldando sua personalidade e forjando o escudo que Chanel vestiu, até o fim da vida, para se proteger dos homens - que, paradoxalmente, estavam sempre a seu redor. Ao mesmo tempo, Coco admirava a liberdade e o ímpeto masculino para os negócios e o prazer libertino - tópicos proibidos no mundo das anáguas, anquinhas e meias de seda.

Essa, digamos inveja, influenciou o traço e a criação da genial estilista, que ajudou as mulheres a se libertarem das longas e apertadas saias e a invadirem com graça, elegância e classe extrema o mundo das calças e coletes - se hoje as mulheres usam calças jeans, muito devem a Coco Chanel (entre outros colegas colaboradores dessa onda, bien sûr).

Com delicadeza e sem exageros (nem grandes pretensões), Anne conduz a atriz francesa Audrey Tautou nessa missão de levantar a ponta do "tapete Chanel" - que venham os próximos cinebiógrafos, para continuar a história.

Tautou, por mais que seja reconhecida por sua performance em O Fabuloso Destino de Amelie Poulain (2001) não decepciona no papel da ainda jovem e embrionária Coco Chanel, mentora do mais famoso perfume do mundo - o Chanel Nº 5 -, criadora do (vestido) tubinho preto, que reinventou o tailleur e acabou se tornando uma das 100 mais influentes pessoas do século 20 pela renomada revista Time.

Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra