CCXP: 3 pontos positivos (e 3 que podem melhorar) da edição 2024
CCXP24 levou 287 mil pessoas ao São Paulo Expo na primeira semana de dezembro.
Depois de 11 edições, já não é segredo que a CCXP se consolidou como um evento global no calendário de convenções e feiras voltadas para o público geek. Neste ano, segundo a organização, 287 mil pessoas passaram pelo São Paulo Expo entre a quarta à noite (4) e o domingo (8), mostrando que, ainda que com suas eventuais falhas, o público segue aumentando.
Como já virou tradição, astros e estrelas internacionais fizeram a alegria dos presentes ao passarem pelo Palco Thunder. Sandra Oh, Matt Smith, Patrick Dempsey, Anya Taylor-Joy, Ana de Armas e Sarah Michelle Gellar são alguns dos talentos que vieram ao Brasil especialmente para promoverem seus próximos trabalhos na CCXP, e não faltou espaço também para os brasileiros: Wagner Moura, Selton Mello, Matheus Nachtergaele, Alice Braga, Marina Ruy Barbosa e Bianca Comparato também estiveram na feira e se encontraram com o público.
Mas, para quem já conhece a CCXP de outros dezembros, houve novidades boas e outras nem tanto.
As boas:
- Tradicionalmente o coração da feira, o Artist's Valley continuou no lugar que é seu de direito, e este ano foi ainda maior. O lugar onde os artistas independentes e quadrinistas expõem suas obras e podem se encontrar com fãs e divulgar seus trabalhos é um ponto de encontro essencial para quem gosta de colecionar artes e prestigiar os criadores.
- Os estúdios também entenderam que é importante investir para que os frequentadores tenham boas experiências em seus estandes. Por todos os lados na CCXP24, sobravam elogios para as atividades promovidas por Prime Video, Globo, Warner Bros., SBT, TV Cultura e Apple TV+, que capricharam na reprodução de cenários e até levaram itens originais de alguns de seus principais programas. As filas enormes, é claro, continuam e são praticamente inevitáveis --mas a possibilidade de marcar seu horário com antecedência também ajuda.
- Cada vez mais abrangente, a CCXP nunca foi um evento exclusivo para fãs de filmes, séries e quadrinhos, e o espaço para quem prestigia jogos também está maior; além dos estandes de expositores de videogames, quem é apaixonado por jogos de tabuleiros também foi contemplado, e essa valorização faz toda a diferença para fazer o evento ser cada vez mais acolhedor.
As ruins:
- A ausência de grandes estúdios e a redução da presença de astros e estrelas internacionais, infelizmente, faz diferença. Neste ano, a Warner trouxe apenas o elenco de "Duna: A Profecia", série da Max, embora promovesse o lançamento de "Minecraft: O Filme". Já a Netflix, outra parceira de longa-data da CCXP, ficou completamente de fora, assim como a Disney --que fez recentemente a primeira edição brasileira da D23. Esse esvaziamento foi sentido.
- Outra grande mudança que incomodou foi a disposição dos palcos. O Thunder estava mais escondido e o Palco Omelete ficou bem em frente, o que gerou dois problemas: graças ao baixo isolamento acústico, o barulho do Palco Omelete vazava para dentro do Thunder, e em algumas ocasiões ficava até difícil entender o que os artistas estavam falando. A nova disposição também fez com que a saída do Thunder ficasse constantemente congestionada em um túnel criado para separar os dois ambientes.
- O crescimento da CCXP como marca também faz com que, cada vez mais, as marcas tenham espaço maior. Nas redes sociais, alguns frequentadores reclamaram da disposição de um estande de Cup Noodles bem em frente à entrada. O favorecimento de marcas e patrocinadores, que não têm necessariamente uma relação direta com o público nerd, fez com que alguns outros expositores, menores e independentes, ficassem ofuscados em cantos distantes.
A CCXP25, já confirmada, está marcada para acontecer entre 4 e 7 de dezembro de 2025.
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