Emicida: Justiça mantém controle da LAB Fantasma e rejeita novo pedido de Fióti
Irmão e ex-sócio do rapper sofre nova derrota na disputa judicial pela gestão da gravadora
A batalha jurídica entre os irmãos Emicida e Evandro Fióti, que vem movimentando os bastidores da música e do entretenimento nacional, ganhou um novo desdobramento nesta semana.
A Justiça paulista voltou a indeferir um pedido de tutela de urgência apresentado por Fióti, mantendo o controle administrativo e financeiro da gravadora LAB Fantasma sob responsabilidade de Emicida.
A decisão foi proferida pelo juiz Guilherme de Paula Nascente Nunes, da 2ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem, que reiterou a ausência de fundamentos legais para interferência na atual administração da empresa.
O magistrado destacou que Fióti detinha apenas 10% de participação na sociedade — condição que, somada ao seu desejo de se desligar formalmente da LAB ao final de 2024, comprometeria a coerência de sua permanência como sócio.
No despacho, o juiz deixou claro que não identificou elementos que justificassem o caráter de urgência solicitado por Fióti. Para o magistrado, a alegação de risco à integridade do patrimônio da empresa não se sustenta nos autos.
"Inexistem indícios de dilapidação ou uso indevido dos recursos da LAB Fantasma", afirmou Nunes, rejeitando a tese da defesa do ex-diretor da gravadora.
O pedido mais recente também buscava a apresentação de novas provas, mas o juiz condicionou qualquer produção adicional de evidências à justificativa concreta de sua relevância e pertinência para o caso. Assim, ambas as partes terão agora o prazo de 15 dias úteis para especificar os fatos que pretendem comprovar e os meios de prova que desejam apresentar.
Fióti e Emicida, que durante anos estiveram à frente da LAB Fantasma como cofundadores, romperam relações profissionais em meio a uma série de desentendimentos.
Segundo o próprio Fióti declarou em entrevista recente, a separação foi marcada por reações "desproporcionais" por parte do irmão, e o conflito empresarial teria se agravado após acusações mútuas e questionamentos sobre a condução financeira da empresa.
Em contrapartida, Emicida se manifestou de forma mais discreta, afirmando publicamente que não pretende "espetacularizar" a situação familiar. Em outra frente, sua defesa sustenta que Fióti agiu de maneira desleal ao movimentar valores sem consentimento, apontando, inclusive, desvios financeiros da ordem de R$ 6 milhões.
Emicida e Fióti: Nova fase do processo será decisiva para o futuro da gravadora
A próxima etapa do processo dependerá da análise das provas que ainda poderão ser apresentadas. A Justiça busca entender com mais profundidade os fatos que motivaram a cisão e avaliar a conduta de ambas as partes no âmbito da gestão da LAB Fantasma.
Enquanto isso, o controle da empresa permanece nas mãos de Emicida, que segue responsável pelas decisões estratégicas da gravadora que se tornou uma referência na cena musical brasileira por sua atuação independente e engajada. A disputa segue acompanhada de perto por fãs, profissionais do setor e observadores atentos às implicações jurídicas e simbólicas do caso.