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Duelo de Laureta e Rosa lembra guerra de Carminha e Nina

Autor de Segundo Sol é especialista em criar vilãs irresistíveis e heroínas carismáticas

18 jul 2018 - 10h08
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Laureta, a malévola da atual novela das 21h da Globo, poderia ser prima de Carminha, a inesquecível víbora de Avenida Brasil. Seis anos separam as duas personagens interpretadas pela mesma atriz, Adriana Esteves.

Ambas são falsas, inescrupulosas, passionais e gananciosas. Outra característica em comum: assassinas. Carminha matou o amante e cúmplice Max (Marcelo Novaes) e Laureta em breve vai dar fim a uma comparsa, Januária (Zeca de Abreu), curandeira que aceitou dinheiro para trair a confiança de Luzia (Giovanna Antonelli) na primeira fase do folhetim.

Ah, outra coincidência: Carminha e Laureta têm inimigas íntimas. A primeira viveu embates com Nina/Rita (Débora Falabella), a ex-enteada que voltou para se vingar dos maus-tratos sofridos na infância e fazer justiça ao pai, falecido num atropelamento após descobrir as maracutaias de Carminha. Já a maquiavélica de Segundo Sol bate de frente com a indomável Rosa (Letícia Colin), a quem exige obediência e só recebe desacato.

Laureta, Rosa, Caminha e Nina/Rita: os noveleiros adoram acompanhar as brigas entre más e boazinhas
Laureta, Rosa, Caminha e Nina/Rita: os noveleiros adoram acompanhar as brigas entre más e boazinhas
Foto: Raquel Cunha, João Miguel Jr., Alex Carvalho / TV Globo

Rosa e Nina/Rita optaram por vida dupla: uma para esconder do pai machista e opressor a condição de prostituta; a outra, para resguardar a verdadeira identidade a fim de cumprir sua revanche sem levantar suspeita.

Antagonistas e heroínas da teledramaturgia moderna exalam carisma. Laureta e Rosa oferecem bons confrontos para a distração do telespectador. Como construção dramatúrgica, elas são mais interessantes do que a titubeante protagonista Luzia/Ariella.

Quem poderia imaginar que a tradicional família brasileira torceria por uma ‘quenga’? Pois Rosa consegue essa proeza: impossível não ter simpatia pela boa filha e boa irmã que usa o dinheiro dos programas para ajudar em casa.

Espertíssima e com língua afiada, ela distorce a imagem da clássica mocinha ingênua, manipulável e indefesa. Seu triângulo com Valentim (Danilo Mesquita) e Ícaro (Chay Suede) se tornou o melhor enredo romântico da novela.

Enquanto isso, a cafetina ditadora se humaniza diante de Ícaro, o lolito capoeirista por quem se apaixonou. E, de repente, surgem lembranças de um passado feliz (e ainda pouco revelado na trama) ao lado do ex-revolucionário Nestor (Francisco Cuoco), com quem se relacionou quando era prostituta de rua.

Da dona de bordel de luxo de Segundo Sol partiu uma frase saborosa que viralizou nas redes sociais: “Preciso garantir meu champanhe. Cerveja é para os fracos”. Da peçonhenta de Avenida Brasil podemos rememorar uma ironia do mesmo quilate: “Não quero muito da vida, não. Eu quero é tudo”.

Autor das duas novelas, João Emanuel Carneiro é hábil em criar malvadas divertidas – como esquecer da debochada Flora (Patrícia Pillar) de A Favorita e da tresloucada Atena (Giovanna Antonelli) de A Regra do Jogo?

Com vilãs espirituosas assim, fica difícil torcer só pelas heroínas...

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