Drica Moraes e o impacto na doação de medula: como sua história inspira novos doadores
Após 15 anos do transplante que salvou sua vida, Drica Moraes reforça debates sobre saúde pública, empatia e os desafios da fila por compatibilidade
Em 2025, Drica Moraes celebrou 15 anos de sua "segunda vida" após o transplante de medula óssea que a curou de uma leucemia mieloide aguda. Embora a mídia destaque com frequência seu depoimento emocionante, poucos exploram o efeito coletivo de sua trajetória: o número de cadastros no REDOME (Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea) cresceu 60% em um ano após o seu caso vir à tona em 2010, segundo dados da ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos).
Esse movimento não é casual. A força da narrativa de uma figura pública com forte apelo emocional ajuda a humanizar a causa. Drica Moraes não foi apenas uma paciente que sobreviveu: tornou-se símbolo da eficácia do SUS em transplantes hematológicos, referência para campanhas do INCA e voz ativa sobre o tema em coletivas, lives e eventos beneficentes.
A fila da compatibilidade ainda é cruel
Apesar do avanço, os desafios persistem. Apenas 1 a cada 100 mil pessoas são compatíveis entre si, o que torna essencial a diversidade de doadores cadastrados. Ainda hoje, pacientes negros e pardos têm menos chances de encontrar um doador compatível devido à sub-representação nos registros. Em entrevistas recentes, Drica tem enfatizado a urgência de campanhas voltadas para comunidades menos contempladas.
Como a história de Drica gera impacto educacional
Escolas e universidades têm usado o caso como exemplo em aulas de biologia, saúde e cidadania. Além disso, influencers de saúde passaram a mencionar seu nome para ilustrar a importância da doação, o que ampliou a penetração da pauta entre jovens. É o caso de médicos como Drauzio Varella e youtubers como Átila Iamarino, que referenciaram a atriz em conteúdos explicativos sobre o tema.
O que falta?
Falta estrutura institucional para capitalizar essas ondas de comoção geradas por celebridades, como a atriz. Políticas públicas poderiam aproveitar esses momentos para fazer mutirões, inserir testagens em eventos e fomentar parcerias com plataformas digitais.