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Começa a Feira do Livro de Frankfurt, com corrida por best-sellers e expectativa de fala de Zelenski

Maior evento do mercado editorial do mundo será realizado até domingo, 23

18 out 2022 - 19h31
(atualizado em 19/10/2022 às 15h26)
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Editores, livreiros, autores, ilustradores, tradutores e muitos outros profissionais do mercado editorial se reúnem esta semana na Alemanha para a Feira do Livro de Frankfurt 2022 - o mais importante evento do setor. A abertura, na noite desta terça, 18, foi feita pelos espanhóis Irene Vallejo, autora de O Infinito em um Junco: A Invenção dos Livros no Mundo Antigo (Intrínseca), e por Antonio Muñoz Molina, autor de Segarad e Lua Cheia (Companhia das Letras) e de Um Inverno em Lisboa (Martins), com participação da cantora Silvia Perez Cruz . A Espanha é o país homenageado deste ano, mas a Ucrânia, sob ataque da Rússia, também terá um espaço especial - inclusive com um pronunciamento online do presidente Volodmir Zelenski.

Na quarta,19, o evento começa a receber os profissionais, que vão conhecer as principais novidades do mercado editorial em encontros e debates, mas, sobretudo, nas reuniões de apresentação de livros e de originais e de negociação de direitos autorais - na Feira do Livro de Frankfurt não são vendidos livros, mas, sim, direitos autorais.

Entre os temas em destaque estão os atuais desafios do setor e as novas tendências, a discussão sobre como tornar os livros e os conteúdos digitais mais diversos, inclusivos e sustentáveis e sobre como facilitar o acesso a livros. Democracia, liberdade de expressão e política são questões que também estarão presentes nos mais diferentes palcos do evento até domingo, 23.

O pronunciamento de Volodmir Zelenski é aguardado para quinta-feira, 20, às 12h30 (horário local; 7h30, no Brasil). Sua mulher, Olena Zelenska, fala, também virtualmente, no sábado, 22, às 17h30 (12h30, aqui). Este é o segundo grande evento literário desde o início da guerra. Em março, quando a Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha foi realizada, a invasão da Rússia ainda era recente e os editores que conseguiram ir ao evento traziam notícias de suas fugas. Era também o início de uma tentativa de oferecer, por meio de livros, algum conforto às crianças que permaneciam no país sob ataque ou àquelas já iniciando uma nova vida como refugiadas. No estande que seria ocupado coletivamente pelas editoras ucranianas, havia apenas um cartaz de protesto contra a guerra.

Agora, a Feira de Frankfurt realiza, pela primeira vez, um programa especial para editoras da Ucrânia e de países vizinhos, entre os quais Polônia, República Checa, Eslováquia, Romênia, Moldávia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Dos 17 participantes, que vão participar pessoalmente ou remotamente, 9 são ucranianos. Um encontro similar, promovido pela própria feira, deveria ter ocorrido este ano, em Kiev.

Brasil na Feira do Livro de Frankfurt

Como nas demais edições, 21 editoras brasileiras vão estar juntas no estande coletivo do projeto Brazilian Publishers.

Há brasileiros também entre os convidados da feira. João Varella, da Banca Tatuí (e da editora Lote 42), está lá pelo programa de apoio a livreiros estrangeiros. São 15 profissionais no total, de livrarias que vendem também obras estrangeiras. Eles vão conhecer o mercado editorial alemão, vão fazer cursos e contatos. Já Gustavo Faraon, da Dublinense, foi selecionado para o programa de bolsa da feira, que receberá editores de países como Síria, Inglaterra, Estados Unidos, Itália, Índia, China, França, Indonésia, entre outros, também para cursos, contatos e visitas - em Frankfurt e Berlim.

Espanha, país convidado

A comitiva espanhola na Feira de Frankfurt é composta por 200 pessoas. Nela, estão escritores como Elena Medel, Rosa Montero, Javier Cercas, Arturo Pérez-Reverte, Kiko Amat, Elizabeth Duval, Sara Mesa, Fernando Aramburu, Cristina Morales, Elvira Sastre, Esther Paniagua, Elvira Lindo, Manuel Vilas, Daniel Gascón, José Carlos Llop, Katixa Agirre, Paloma Chen, Nadia Hafid e Margaryta Yakovenko, entre outros.

Quem estiver na feira poderá ver 50 reproduções em tamanho real das obras mais famosas do Museu do Prado, de Madri.

O mercado editorial em debate

Nos próximos dias, CEOs e diretores dos mais importantes grupos editoriais do mundo vão conversar sobre o presente e o futuro do negócio do livro, seus desafios e as tendências. Entre eles estão Charlie Redmayne (HarperCollins UK), Núria Cabutí (Penguin Random House), Jonny Geller (Curtis Brown), Niko Pfund (Oxford University Press), Shereen Kreidieh (Asala Publishers), Tobias Henning (TikTo) e Samantha Taylor (Film and Music Entertainment).

O impacto do TikTok na venda de livros também será discutido - e a plataforma terá um espaço especial na feira, assim como o Spotify. Embora muito menor do que o de livro tradicional, o setor tem se esforçado para desenvolver, com a ajuda de empresas de tecnologia, o mercado de conteúdo em áudio. A questão também estará em debate.

Autores

A presença de escritores não é o forte da Feira de Frankfurt, mas de alguns anos para cá os organizadores têm investido mais nisso, especialmente em programação para o fim de semana, quando os profissionais do mercado editorial começam a deixar a cidade e os moradores ocupam os pavilhões do centro de eventos - e quem vai fantasiado não paga ingresso.

Vencedor do Nobel de Literatura em 2021, Abdulrazak Gurnah estará na feira no sábado, 22, para falar sobre seu mais recente livro e sobre os desafios da tradução. Mohsin Hamid, Donna Leon, Leila Slïmani, Axel Scheffler (de O Grúfalo) e Alok Vaid-Menon são alguns dos convidados deste ano - para a feira e para eventos em outros lugares da cidade.

Estadão
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