Série '13 Reasons Why' eleva buscas relacionadas a suicídio
Pesquisa alerta para os efeitos negativos da série, mas pondera que uma atenção maior sobre o tema pode aumentar a atenção e a prevenção desses casos.
A série '13 Reasons Why', do Netflix, gerou muita discussão por sua temática delicada, relacionada a suicídio. E foi alvo de críticas pelo modo minucioso, preocupante com que retrata a morte de Hannah Baker (Katherine Langford). Diz-se que pode bastar um exemplo para motivar uma pessoa em situação de risco tirar a própria vida, e foi nesse contexto que o drama da Netflix foi bombardeado.
O JAMA Internal Medicine partiu dessas observações para realizar um relatório extraordinário, e encontrou evidências de um aumento fora do comum em buscas relacionadas ao tema após o lançamento de 13 Reasons Why. A conclusão é de que "a série tanto teve um efeito positivo quanto ao aumento de consciência sobre o suicídio, como um efeito negativo no aumento da idealização suicida".
A pesquisa do JAMA pondera: "Não podemos asseguram se as pesquisas de 'como se matar?' foram feitas por pura curiosidade ou por indivíduos suicidas considerando uma tentativa." E, mesmo admitindo a probabilidade de os curiosos serem a maioria, o relatório observa que "os produtores da série deviam ter tomado precauções para minimizar" a outra possibilidade, como levantado por especialistas que viram 13 Reasons Why.
O estudo termina alertando para realizadores que venham a produzir séries de temática semelhante devido à repercussão de 13 Reasons Why. "É indispensávvel que produtores e exibidores demonstrem que são ética e socialmente responsáveis, adotando instruções com mensagens seguras e fornecendo aos jovens telespectadores, e aos adultos responsáveis, os recursos necessários para processar esse conteúdo emocionalmente pesado, especialmente por esse material ser frequentemente assistido durante um curto período de tempo (em 'maratonas')."
Segundo o relatório, a imersão na história e nas imagens de uma série como 13 Reasons Why "pode ter um efeito particularmente forte em adolescentes, cujos cérebros ainda estão desenvolvendo a habilidade de inibir certos desejos, emoções e ações". A consideração final do JAMA Internal Medicine é positiva: de que o aumento nas buscas relacionadas ao suicídio (pro bem e pro mal) denota um crescimento de atenção que pode servir para uma "melhoria na preparação dos médicos para identificação e intervenção de jovens em risco de suicídio".
