Decotadas, irmãs Minerato param Anhembi em ensaio exclusivo

Era um dia típico pré-Carnaval no Sambódromo do Anhembi: homens ao trabalho, barulho de obras, caminhões indo e voltando com materiais para a montagem de um dos espetáculos mais coloridos do ano.

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Isso até a chegada e Ana Paula e Tati Minerato que, a pedido do Terra , posaram para um ensaio exclusivo com trajes carnavalescos.

Entre solicitações de fotos e o silêncio total da interrupção dos trabalhos, elas falaram um pouco sobre a relação que têm com o Carnaval e, especialmente, com a Gaviões da Fiel, escola na qual Tati é Rainha de Bateria e, Ana, Musa.

Ambas começaram a desfilar pela agremiação ainda novinhas. Tati, a mais velha, tinha oito anos, enquanto Ana tinha apenas cinco. “Desfilava na ala das crianças”, lembra a caçula.

Foto: Thiago Bernandes/Frame Photo

Sem doce: só o da batata doce

Para conseguir atravessar a avenida com fôlego suficiente e sem nenhuma gordurinha extra, a preparação começa cedo.

Segundo Tati, os ensaios têm início no mês de agosto, quando o samba-enredo é divulgado. “No meio do ano, em pleno frio, eu já estou focada no frango com batata doce”, brinca.

Próximo da data, ela tenta pegar mais pesado na musculação, com treino acompanhada de personal quatro vezes por semana. “O aeróbico fica por conta dos ensaios mesmo. Chego a perder um quilo”, conta.

Já Ana tenta conter a compulsão por doces. “Sou uma formiga”, afirma. Em forma, ela diz que sua fantasia deste ano é discreta. “Vou entrar de cigana, porque o tema é o mundo místico. Acho que não precisa ser sempre uma fantasia pequenininha. Deixa para as que estão começando as roupas pequenas. Já mostrei demais”, diverte-se.

Foto: Thiago Bernandes/Frame Photo

Musas do samba

Tati e Ana contam que brigam muito, mas são muito unidas. A sintonia fica clara quando, questionadas separadamente, citam as mesmas musas inspiradoras no Carnaval: Luiza Brunet e Viviane Araújo.

Para Tati, Luiza é uma “verdadeira rainha”. “Sempre foi leal à Imperatriz Leopoldinense, sem vulgaridade, sempre majestosa.” Segundo ela, Viviane também é digna de respeito. “Times à parte, admiro muito ela”, afirmou, fazendo referência à Mancha Verde, escola que a musa desfila em São Paulo.

Ana concorda, ressaltando que ambas são ícones. “O Carnaval e a vulgaridade estão muito lado a lado, e elas nunca foram vulgares”, observou.

Para ela, outra fonte de inspiração é a própria irmã. “Minha musa é a minha irmã. Ela tem samba de mulata, coisa que eu mesma não tenho, e nem tenho vergonha de dizer. E ela tem postura de rainha, não é à toa que está há tanto tempo”, disse.

Tati, por sua vez, acredita ser uma rainha presente, e afirma fazer questão de comparecer a todos os eventos realizados pela agremiação. “Estou entre amigos, pessoas que me viram crescer. Além disso, o Corinthians é o meu time do coração”, diz. “O desfile mesmo é só uma passagem. O melhor mesmo são os ensaios, a gente brinca, se diverte”, completa.

Para ela, é um privilégio poder desfilar pela escola como rainha. “Não tem honra maior do que representar a minha escola do coração e a minha comunidade. Ainda mais agora, que é muito comum mulheres comprarem um posto”, disparou.

Agradecimento: Sambódromo do Anhembi