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RJ: favelas pacificadas espantam bailes funk e atraem playboys

13 jul 2013 - 18h09
(atualizado às 18h15)
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A quadra do Santa Marta é o local que recebe mais festas atualmente. Todo final de semana tem pelo menos duas
A quadra do Santa Marta é o local que recebe mais festas atualmente. Todo final de semana tem pelo menos duas
Foto: Giuliander Carpes / Terra

As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) não colocam uma proibição formal à realização de bailes funk nas favelas em que fincaram bandeira. Mas exigem uma burocracia que praticamente impede as festas de moradores, eventos corriqueiros antes da pacificação. Quem se beneficia são as produtoras mais organizadas. O número de festas realizadas nos morros Santa Marta e Vidigal, os mais na moda, é incontável. As comunidades ficaram “cheias de playboy”. E a tensão entre eles e os moradores já começa a ficar evidente. 

“No Pavão-Pavãozinho a gente não tem este problema, mas no Santa Marta e no Vidigal já está acontecendo. As pessoas da comunidade se revoltam que não podem mais fazer baile funk, mas as outras festas estão liberadas”, afirma Nina Franco, produtora da festa Sopa e Radio Black (black music), no Vidigal, além do Rio Jazz Club, no Pavão-Pavãozinho. “A chegada das UPPs ajudou a transformar em moda as festas na favela. Tem gente frequentando só pelo hype e gente fazendo festa só para gringo e playboyzada, um pessoal que nunca se preocupou com a comunidade. Isso é triste”, lamenta Nicole Nandes, produtora da festa Luv.

Ao contrário dos antigos bailes funk, as festas que tomam conta das favelas da zona sul custam muito caro, o que praticamente inviabiliza a participação de algum morador. “Isso está deixando a comunidade muito revoltada. Porque a gente não tem condição de pagar 100 paus numa festa. E, se a gente toca um funk, a polícia já vem com uma postura toda enviesada, enquanto as outras festas estão rolando soltas sem nenhum problema”, afirma Thiago Firmino, guia de turismo e DJ morador do Santa Marta.

A quadra do Santa Marta é o local que recebe mais festas atualmente. Todo final de semana tem pelo menos duas. Se aproveita da localização privilegiada, numa favela totalmente pacificada intrincada no meio do bairro de Botafogo. Ela foi reformada e ganhou conforto, como ar condicionado. Unanimidade entre os frequentadores, contestada pelos moradores.

“Eu faço uma festa na minha laje para 200 pessoas que reúne o pessoal da comunidade. A gente toca funk, música eletrônica. As festas na quadra do Santa Marta juntam mais de mil pessoas”, explica Firmino.

Já o Vidigal entrou tanto na moda que alguns produtores já estão até procurando novos ares e fazendo o movimento de retirada. “Agora quem é do asfalto sente segurança para subir. Antes os eventos eram para a comunidade. Inclusive minha intenção ao levar a festa LUV para o Vidigal foi fazer mais gente da zona sul subir o morro para conhecer a realidade e trocar experiências com as pessoas da comunidade. Como tudo o que dá certo, o Vidigal virou moda. Então é bem provável que a missão por lá esteja bem próxima de acabar”, conta Nicole Nandes, que tirou a Luv do morro e levou para boates da zona sul como Fosfobox, 00 e 69.

No morro do Pavão-Pavãozinho, acontece a festa Rio Jazz Club
No morro do Pavão-Pavãozinho, acontece a festa Rio Jazz Club
Foto: Giuliander Carpes / Terra

“O Vidigal está virando um lugar diferente, com mais turistas, mais artistas. As festas também estão crescendo. Há muitas festas com playboys, geralmente na parte de baixo do morro, e festas com moradores da comunidade. As nossas são conhecidas por ter um público bem misturado”, conta Andreas Wielend, dono da Pousada Alto Vidigal, onde algumas das baladas mais disputadas da região estão sendo organizadas.

Considerados uma “festa non gratta” pelos policiais e vistos com medo pela população dos morros, os bailes funk de outrora estão ficando cada vez mais raros nas favelas. Hoje em dia ocorrem com mais frequência no asfalto e, principalmente, no subúrbio do Rio de Janeiro. O comando das Unidades de Polícia Pacificadora explica que os bailes precisam cumprir a mesma regulamentação de todas as outras baladas.

No caso, são 14 requisitos como plano de incremento de transportes, delimitação de áreas de estacionamento, ofícios a diversos órgãos da administração pública comunicando o evento, entre outros. Os organizadores das festas na quadra do Santa Marta, por exemplo, admitem sequer ter alvará da prefeitura. Mas os eventos ali têm ocorrido normalmente.

Festas nas favelas da zona sul carioca: 

Vidigal: Radio Black, Sopa, Luv, Digitaldubs, Voodoohop, Botafogo Social Clube, Run VDG

Santa Marta: A Poderosa, Que país é esse?, Favela Chic, Do Leme ao Pontal (Samba do Síndico), Bagunça, Dub’Old In, Modinha A Festa

Tavares Bastos: The Maze

Pavão-Pavãozinho: Rio Jazz Club

Fonte: Terra
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