Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Do estigma à igualdade: A revolução LGBTQIA+ que transformou a Tailândia

Em janeiro de 2025, a Tailândia tornou-se oficialmente o primeiro país do Sudeste Asiático a legalizar o casamento homoafetivo, marcando um importante avanço jurídico e social para os direitos das pessoas LGBTQIA+. Essa conquista representa décadas de mobilização e transformação cultural. Por muito tempo, a diversidade sexual esteve visível nos ambientes urbanos tailandeses, com uma […]

15 out 2025 - 12h30
(atualizado em 15/10/2025 às 15h15)
Compartilhar
Exibir comentários

Em janeiro de 2025, a Tailândia tornou-se oficialmente o primeiro país do Sudeste Asiático a legalizar o casamento homoafetivo, marcando um importante avanço jurídico e social para os direitos das pessoas LGBTQIA+. Essa conquista representa décadas de mobilização e transformação cultural. Por muito tempo, a diversidade sexual esteve visível nos ambientes urbanos tailandeses, com uma convivência relativamente pacífica em muitos setores da sociedade. A legalização concretiza o desejo de milhares de cidadãos que buscavam reconhecimento legal para suas uniões.

No passado, apesar do aparente ambiente tolerante, homossexuais na Tailândia enfrentavam estigmas, discriminação e limitações legais. A luta por igualdade exigiu esforços coordenados de ativistas, acadêmicos, grupos sociais e aliados no Parlamento. O crescimento do movimento LGBTQIA+ fortaleceu a voz destas comunidades e ampliou o debate sobre diversidade, respeito e direitos civis em todo o país, tornando o casamento homoafetivo uma questão central nas discussões sociais e legislativas.

Por que o casamento homoafetivo foi aprovado na Tailândia?

A aprovação do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Tailândia é resultado de uma combinação única de fatores culturais, políticos e sociais. A sociedade tailandesa, majoritariamente budista, não proíbe relacionamentos homoafetivos em seus preceitos religiosos, favorecendo uma convivência baseada no respeito à diversidade. A expressão "mai pen rai", equivalente a "não tem problema", resume a mentalidade acolhedora vigente, contribuindo para a aceitação do tema em larga escala.

Outro elemento determinante foi a presença constante de pessoas LGBTQIA+ em novelas, filmes e programas de televisão. Personagens gays e lésbicas, inicialmente estereotipados de forma caricata, passaram a ter papéis mais realistas e diversificados. Esse processo midiático, especialmente com a popularização de séries conhecidas como "Boy Love", tornou-se um dos pilares para a naturalização da diversidade e reformulação de valores sociais, sobretudo entre as novas gerações.

Como as produções culturais influenciaram a luta pelos direitos LGBTQIA+?

O crescimento da representatividade de personagens LGBTQIA+ na teledramaturgia tailandesa foi fundamental para a evolução das mentalidades. Nas últimas décadas, programas e novelas passaram a retratar amizades, amores e desafios cotidianos das minorias sexuais com mais autenticidade, aproximando o público da realidade dessas pessoas. Esse processo ajudou a desconstruir preconceitos e estimulou conversas em diferentes faixas etárias.

Nas redes sociais, fãs promovem ativamente séries de temática homoafetiva, criando uma legião de admiradores locais e internacionais. Essa visibilidade aguçou o sentimento de pertencimento e coragem de muitos jovens tailandeses para assumirem suas identidades. Além disso, a força desse segmento cultural provocou impacto econômico positivo, expandindo a indústria do entretenimento e colocando a Tailândia no mapa mundial de exportações audiovisuais direcionadas ao público LGBTQIA+.

Tailândia entrou para a história ao legalizar o casamento homoafetivo – depositphotos.com / Kanghyejin
Tailândia entrou para a história ao legalizar o casamento homoafetivo – depositphotos.com / Kanghyejin
Foto: Giro 10

Quais foram os principais desafios enfrentados até a legalização?

Apesar do ambiente de maior aceitação, a trajetória rumo à igualdade de direitos enfrentou várias barreiras. Nos anos 2000, pessoas LGBTQIA+ ainda eram marginalizadas em diversos contextos familiares e profissionais. Atos de violência e tentativas de silenciamento de movimentos sociais eram comuns, levando à suspensão de eventos como as paradas do Orgulho em diferentes regiões do país.

  • Resistência política: até 2019, os partidos conservadores delineavam propostas limitadas, reconhecendo apenas uniões estáveis sem plenos direitos civis.
  • Estigma social: persistia em segmentos mais tradicionais, dificultando aceitação plena dentro das famílias e espaços de trabalho.
  • Mobilização política: somente com a união de grupos e campanhas organizadas como a Change 1448, e posteriormente a Rainbow Coalition for Marriage Equality, foi possível influenciar o Parlamento e ampliar o respaldo público.

O ano de 2023 marcou uma virada importante, com a ascensão de partidos reformistas, como o Move Forward, favoráveis à agenda de igualdade. A articulação entre ativistas e parlamentares, aliada ao desejo popular por mudanças sociais, tornou a aprovação da lei inevitável.

O impacto da legalização do casamento homoafetivo no Sudeste Asiático

A legalização em território tailandês representa um marco para toda a região, já que apenas Taiwan e Nepal adotaram medidas semelhantes até o momento. Nos países vizinhos, restrições religiosas, conservadorismo político e ausência de liberdade de expressão dificultam avanços semelhantes. Em nações como Malásia, Indonésia e Brunei, leis rígidas criminalizam a homossexualidade, enquanto Filipinas e Vietnã enfrentam resistência de instituições religiosas e dificuldades legislativas.

A Tailândia passa a ser referência de hospitalidade, acolhimento e segurança para turistas LGBTQIA+. A expectativa é que o país se consolide como polo turístico inclusivo e abrigue um número crescente de casais estrangeiros em busca de direitos e proteção para suas famílias. Com reconhecimento legal, os casais homoafetivos passam a ter acesso a direitos antes restritos a casais heterossexuais, como adoção, herança e benefícios civis.

  1. O casamento homoafetivo fortalece a imagem internacional da Tailândia como destino de diversidade e respeito.
  2. Pavimenta caminhos para conversas e debates em outros países asiáticos.
  3. Amplia o raio de proteção legal e social para cidadãos LGBTQIA+ residentes e estrangeiros.

A conquista do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Tailândia sinaliza um futuro com maior inclusão e reconhecimento dos direitos humanos na Ásia, estimulando reflexões e embates sobre cidadania e igualdade.

Giro 10
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade