Ana de Santana fala sobre estreia como atriz no Globoplay e os dilemas de Juliana em Vermelho Sangue
Mineira e com carreira internacional na moda, Ana de Santana comenta experiência na dramaturgia e os conflitos da sua personagem
Estrear como atriz em uma produção de alcance nacional já é um desafio. Fazer isso interpretando uma personagem cheia de contradições, silêncios e escolhas moralmente questionáveis torna a missão ainda mais complexa. É exatamente esse o caso de Ana de Santana, que dá seus primeiros passos profissionais na atuação na série Vermelho Sangue, disponível no Globoplay desde 2 de outubro.
Na trama, a atriz interpreta Juliana, jovem que integra o grupo que hostiliza Flora (Alanis Guillen), sua antiga melhor amiga. Filha do delegado Edgar (Che Moais) e estudante do Instituto de Biologia da cidade, Juliana surge como alguém presa a padrões e preconceitos herdados do próprio meio, uma personagem construída muito mais nas entrelinhas do que nos embates diretos.
Quem é Ana de Santana
Aos 28 anos, a mineira de Uberlândia traz uma bagagem internacional antes mesmo da estreia na dramaturgia. Ana começou a trabalhar como modelo aos 17 anos e construiu carreira sólida fora do Brasil, com passagens por França, Alemanha, Itália e Inglaterra. Ao longo desse período, posou para publicações como a Vogue Itália e trabalhou com marcas de prestígio, entre elas Prada, Armani, Versace, Lacoste, Harrods e Avon.
Paralelamente à moda, a artista investiu na formação artística. Atualmente, segue em constante aperfeiçoamento e foi recentemente aprovada na Kingdom Drama School, em Londres, instituição conhecida por formar nomes importantes do audiovisual britânico.
Juliana e os preconceitos que não são ditos
Para Ana, interpretar Juliana exigiu um mergulho profundo no contexto social da personagem. "Ela carrega muito do que absorveu do ambiente ao redor, muitas vezes sem perceber", explica. Segundo a atriz, o trabalho passou por entender um "inconsciente social" que molda atitudes, medos e julgamentos.
Na relação com Flora, a escolha foi apostar na contenção. "Tentei trabalhar muito o silêncio, os olhares, o que não é dito. Muito do que Juliana sente se mostra em pequenas atitudes, em nuances que revelam medo de perder posição ou de se expor", afirma.
O desafio de viver alguém que pratica bullying
Inserida em um grupo que ironiza e pratica bullying, Juliana impõe um desafio emocional à intérprete. Ana admite que não foi simples criar empatia por alguém que machuca o outro. "Não é fácil se colocar no lugar de alguém que escolhe ferir, ainda que o faça por defesa própria ou insegurança", diz.
A conexão veio a partir de memórias pessoais. "Voltei a experiências da minha adolescência, quando me senti deslocada ou pressionada a pertencer", relembra. A atriz também revela que já viveu o bullying do outro lado da história, o que tornou o processo ainda mais intenso. "Foi difícil e ao mesmo tempo terapêutico tentar entender a mente de quem faz isso", confessa.
Conflitos internos e atuação nas sutilezas
Ao longo da série, Juliana é colocada diante de dilemas éticos e sociais que exigiram da atriz mais do que fidelidade ao texto. "Algumas cenas pediam algo além de repetir falas", conta Ana.
Para traduzir os conflitos internos da personagem, ela apostou em recursos quase invisíveis. "Tentei transmitir algo sutil, quase invisível, com pequenos gestos, respirações e olhares, sem precisar verbalizar", explica. "A ideia era permitir que o público sentisse o conflito antes mesmo de ele se tornar explícito."
Bastidores e laços criados no set
A experiência nos bastidores também marcou a estreia de Ana de Santana. Ela define o elenco como uma verdadeira família e guarda com carinho as gravações na Serra da Canastra, onde parte da série foi filmada.
"Ficamos hospedados na cidade e vivemos a realidade do interior juntos. Parecia que a gente estava mesmo vivendo a história, tomando cerveja na pracinha depois do set", relembra, aos risos.
Entre as conexões criadas, um nome se tornou especial. "O Lucas Leto foi um presente enorme. No meu primeiro trabalho, com todas as inseguranças do começo, ele me deixava muito tranquila e segura, com um senso de humor que só ele tem", destaca.
Com Vermelho Sangue, Ana de Santana estreia oficialmente na dramaturgia já demonstrando uma atuação guiada pela escuta, pela sutileza e pela complexidade emocional — marcas de quem chega preparada para ir além do óbvio.
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