Se a pergunta é por que há tantos japoneses carregando guarda-chuvas nas ruas, a resposta é simples: por algo mais do que o sol
A imagem de ruas repletas de guarda-chuvas em dias de sol resume uma continuidade: um objeto prático que atua como símbolo
Que a cultura japonesa atrai o resto do mundo é um fato. O número de visitantes estrangeiros ao país aumenta ano após ano. A nação japonesa é interessante porque, em muitos casos, é o oposto da cultura ocidental. Tomemos como exemplo um cartão-postal que frequentemente surpreende os turistas que chegam: por que tantos japoneses carregam guarda-chuvas?
Uma dica: não serve apenas para proteção contra o sol.
Guarda-chuvas e espíritos
Sim, no Japão, guarda-chuvas e sombrinhas não são apenas proteção contra a chuva ou o sol; eles também podem ser yorishiro, objetos capazes de atrair ou hospedar divindades e espíritos.
Essa visão animista, descrita pelo Professor Emérito Tatsuo Danjyo, associa a forma circular do guarda-chuva à alma e sua alça ao pilar por onde descem as entidades, transformando o objeto cotidiano em um receptáculo espiritual com presença simbólica no ritual e na vida popular.
De um emblema de poder para o uso comum
Entre os séculos IX e XI, os guarda-chuvas surgiram no Japão não como um meio de proteção contra o clima, mas como um símbolo de autoridade religiosa e política: um longo sashikake-gasa, segurado por assistentes de elites e dignitários.
A partir do século XII, seu uso se espalhou para o povo comum, mas a dimensão espiritual permaneceu, de modo que o guarda-chuva coexistiu com sua função prática como sinal de proteção, status e conexão com o sagrado.
Festivais que curam
Hoje, essa dimensão sobrevive em celebrações onde o guarda-chuva atua como um ...
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