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O que acontece na mente de um criminoso que desiste do crime

Processo para largar a criminalidade acontece de forma gradual, e política "tolerância zero" têm menos chance de funcionar, diz estudo

1 dez 2022 - 16h13
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Segundo o trabalho desenvolvido, as mudanças não envolvem um único momento de “despertar"
Segundo o trabalho desenvolvido, as mudanças não envolvem um único momento de “despertar"
Foto: Steve Buissinne / Pixabay

Um novo artigo da Sociedade Americana de Criminologia, que foi vencedor do Prêmio de Estocolmo na área, tenta desvendar o que acontece quando alguém desiste de cometer crimes. De acordo com os estudos, precisamos entender o fenômeno a partir de processos cognitivos. 

O artigo — escrito por Peggy C Giordano, professor emérito de sociologia na Bowling Green State University (EUA) — desenvolveu métodos para entender o que está relacionado à desistência do crime. Segundo Giordano, é difícil isolar os fatores mais importantes, mas as atitudes e intenções do indivíduo devem ser levadas em consideração.

Giordano estudou centenas de jovens infratores em Ohio, nos Estados Unidos, buscando entender porque alguns reincidiam no crime enquanto outros desistiam. Entre os que abandonavam a prática, existia um padrão de transformação cognitiva. A partir de modificações no que significa e representa o comportamento criminoso para aquela pessoa, ela pode estar aberta a mudar e transformar-se gradualmente. 

Segundo o trabalho desenvolvido, as mudanças não envolvem um único momento de “despertar”. Na verdade, os esforços dos indivíduos para se reinventarem são um primeiro passo para mudar o estilo de vida ou o comportamento.

Apesar de a desistência do crime parecer uma jornada solitária, as relações e contextos sociais cumprem um papel muito importante, de acordo com Giordano
Apesar de a desistência do crime parecer uma jornada solitária, as relações e contextos sociais cumprem um papel muito importante, de acordo com Giordano
Foto: un-perfekt / Pixabay

Apesar de a desistência do crime parecer uma jornada solitária, as relações e contextos sociais cumprem um papel muito importante, de acordo com Giordano. Ooutras pessoas influenciam as atitudes e comportamentos do indivíduo, além de estarem profundamente envolvidas nos esforços dos interessados para mudar de estilo de vida. 

É preciso investir contra recaídas

"A lição mais básica de nossa pesquisa é que é necessário abordar as realidades da desistência como um processo", comentou Giordano. Assim, o pesquisador sugere que programas sociais com estratégias para lidar com recaídas têm mais chances de alcançarem resultados do que as tradicionais políticas de “tolerância zero” contra o crime.

Também seria interessante, de acordo com os pesquisadores, que os programas de reabilitação tivessem mais informações sobre como a interação social e a comunicação nos relacionamentos afetam o nosso pensamento, comportamento e identidade. 

O foco, para Giordano, deve ser nos pontos fortes dos indivíduos e em aspectos que não envolvam a vida do crime, reconhecendo a necessidade de apoio comunitário a longo prazo. Isso teria mais chances de funcionar do que abordagens que focam na falta de habilidades e problemas de personalidade. 

Fonte: Redação Byte
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