Microsoft abandona controverso sistema de avaliação de funcionários
Sistema de "classificação em camadas" é apontado por funcionários como um dos mais destrutivos processos da empresa
A Microsoft está abandonando seu controverso sistema de avaliação de funcionários conhecido como "classificação em camadas", de acordo com um comunicado interno enviado nesta terça-feira e obtido pelo site The Verge. O sistema obrigava que cada chefe de unidade de negócio classificasse uma determinada porcentagem de funcionários como os de melhor desempenho, outra parte como de desempenho médio e outra de desempenho inferior. Ex-funcionários da Microsoft reclamavam que o sistema levava colegas a competirem uns com os outros, em vez de trabalharem em equipe.
Em um memorando interno, a chefe de Recursos Humanos da empresa, Lisa Brummel, afirma que "essa é uma abordagem fundamentalmente nova de performance e desenvolvimento criada para promover novos níveis de trabalho em equipe e agilizar um avanço no impacto dos negócios". Brummel diz que no texto que haverá "mais curva " para que os gestores fiquem livres para alocar recompensas para equipes e indivíduos como acharem melhor.
No ano passado, um artigo da revista Vanity Fair escrito pelo jornalista Kurt Eichenwald e intitulado A década perdida da Microsoft apontava esse sistema de avaliação por camadas um dos mais destrutivos da empresa, após ouvir a opinião de inúmeros funcionários e ex-funcionários da companhia. Segundo Eichenwald, todos os trabalhadores ouvidos eram contra o sistema.
"Se você estivesse em uma equipe de 10 pessoas, você já entrava sabendo que, por melhores que fossem todos os colegas, duas pessoas receberiam uma classificação ótima, sete receberiam conceitos medíocres, e um receberia uma nota péssima. Isso faz com que os funcionários se concentrem em competir uns contra os outros, em vez de competir com as outras empresas", afirmou um ex-programador à revista.