Bill Gates: capitalismo significa pesquisar mais a calvície que malária
O capitalismo significa que há muito mais pesquisa sobre a calvície masculina do que em doenças como malária, que afetam majoritariamente as pessoas mais pobres. A definição é de Bill Gates, bilionário e cofundador da Microsoft, em seu discurso no Global Grand Challenges Summit, evento que reúne palestrantes do Reino Unido, Estados Unidos e China com o objetivo de criar soluções para os maiores problemas enfrentados no mundo. As informações foram publicadas pela Wired Magazine.
“Nossas prioridades são inclinadas pelos imperativos do mercado”, disse Gates. “A vacina contra a malária é a maior necessidade. Mas quase não tem financiamento. Mas se você está trabalhando com a calvície masculina ou outras coisas você pode conseguir mais recursos para pesquisa por causa da voz que tem no mercado, mais que algo como a malária”, acrescentou.
Como resultado, governos e organizações filantrópicas precisam intervir para compensar essa “falha na abordagem capitalista”. A fundação de Gates é focada no financiamento de áreas de ciência básica e inovação nas necessidades dos mais pobres, especialmente para saúde e educação.
Bill Gates, 57 anos, tem uma fortuna estimada em US$ 65 bilhões - o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país) anual do Equador - e gosta de aplicar seu dinheiro em causas humanitárias, utilizando a fundação que criou com a mulher, Melinda, o que o levou a ser reconhecido como um dos ricos mais generosos do mundo.
O homem mais rico dos Estados Unidos disse recentemente, em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, estar engajado no processo de "se livrar" do dinheiro que tem e aplicá-lo na esperança de melhorar a vida dos menos favorecidos.