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Mistura de milhões: Andreza Delgado aborda política e nerdices na periferia

Aos 27 anos e radicada em SP, ela usa sua popularidade para dar dicas sobre eventos como o CCXP e opiniões sobre cultura pop

13 fev 2023 - 05h00
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Andreza Delgado possui mais de 100 mil seguidores no Twitter
Andreza Delgado possui mais de 100 mil seguidores no Twitter
Foto: Instagram

A influenciadora Andreza Delgado, que conta com 111 mil seguidores no Twitter, é famosa por tocar uma série de projetos voltados às pessoas das periferias e dividir sua vida entre a cultura nerd e a política. Nascida em Ilhéus, na Bahia, ela tem 27 anos e mora hoje na capital paulista. Em seu tempo livre, ela gosta de montar Legos, fazer drinks e assistir aos Simpsons. 

Andreza é diretora criativa na Irmãos Delgado, um hub de comunicação para cobertura de shows e festivais; é sócia fundadora da PerifaCon, primeira convenção nerd das favelas; fundadora da Gamer Perifa, iniciativa que pretende democratizar os games; uma das responsáveis pela Copa das Favelas, evento de esportes eletrônicos; e ainda apresenta o podcast Lança a Braba, que fala de diversos assuntos, mas sobretudo política.

Com tantos projetos, é difícil imaginar como ela consegue conciliá-los no seu dia a dia. A influenciadora, antes de realizar tanta coisa, já trabalhou como garçonete, hostess de balada e estagiária no Tribunal de Justiça de São Paulo. Ela também usa sua popularidade para dar dicas sobre eventos como o CCXP (Comic Con Experience) e cultura pop, estando sempre presente em discussões sobre mídia e democracia. 

A equipe Byte contatou a influenciadora para saber mais sobre seus projetos e propósitos e ela contou mais detalhes sobre suas atividades.

Existem muitos desafios em produzir um evento para a periferia, como é a Perifacon?

O maior desafio de produzir a Perifacon não é nem pensar um evento para a periferia. Eu acho que é conseguir fomento pra ele acontecer. Já estamos em um outro patamar, em um outro lugar, não só de visibilidade, mas de dialogar com as empresas. Porém, é sempre um desafio conseguir fomento, principalmente por ser um evento que não cobra entrada, não cobra mesa dos artistas, essas coisas. Porque pensar o evento é fácil, queria que acontecesse uma vez por mês. Mas o difícil é conseguir a grana pra executar.

Além do PerifaCon, você toca o podcast Lança a Braba e o Gamer Perifa. Como organiza tantos projetos?

Pra conseguir tocar tantos projetos, precisa ter uma equipe. O diferencial em 2022 foi poder contar com outros profissionais pra direcionar esse tanto de trabalho.

Andreza toca uma série de projetos tanto ligados à cultura nerd quanto à política
Andreza toca uma série de projetos tanto ligados à cultura nerd quanto à política
Foto: Instagram

Como a política influencia seus trabalhos em cultura nerd?

A política influencia muito. Nesses últimos quatro anos a política influenciou demais. Primeiro porque eu acredito que tudo é político. E quando a gente vai falar de cultura, a gente viu o quanto uma má gestão na pandemia afeta projetos que poderiam e podem precisar de recursos públicos.

Quando você tem um governo que entende cultura como algo supérfluo, isso acaba influenciando, por exemplo, em como você vai conseguir dinheiro pra gerir qualquer iniciativa ou no abandono dos equipamentos públicos, que é uma coisa que a Perifacon usa. Nosso evento é pensado para acontecer nos equipamentos públicos, então ele vai ter esse atravessamento.

O que você indicaria de quadrinhos, filmes ou livros brasileiros dos últimos tempos?

Eu vou indicar minha última leitura, que é um quadrinho do Marcelo D'Salete, Mukanda Tiodora. Inclusive toquei uma discussão sobre ele na CCXP desse ano, sobre como ele reflete um pouco a cidade de São Paulo.

E indico uma obra que também reflete a capital paulista, uma cidade negra, que é a HQ Indivisível, da Marília Marz. Elas fazem a gente repensar o que conhecemos hoje como bairros até de outras minorias racializadas, como é o caso da Liberdade, e ver que já foram um lugar de muita importância para a população negra.

Como alguém que sempre está falando de política, o que você acha dos “incels” na cultura gamer e outros campos da cultura?

Como eu disse antes, tudo é político e as pessoas têm sua orientação política. O que eu mais encontro no dia a dia trabalhando com isso é essa recusa, por exemplo, em ter mais diversidade, e ela é oriunda desse olhar mais bruto e boçal para as identidades, para as minorias.

Por muito tempo eu jogava só com o meu sobrenome, que aí não dava pra saber que eu era uma mulher. Hoje em dia eu estou mais tranquila com esse tipo de coisa e me sinto melhor jogando em salas que já estão alguns amigos. Mas isso tem muito a ver com essa disposição, principalmente do que a gente viveu nesses últimos quatro anos. O racismo, o machismo, são inerentes a qualquer governo, mas nesses últimos anos as pessoas se sentiram mais dispostas a falarem certas coisas.

É um desafio, e eu acho que quando a gente vai construir lugares seguros e outros tipos de propostas para acolher o resto da comunidade nerd que, eu diria, é muito mais diversa do que se vende por aí, a gente acaba vendo que a cultura nerd/gamer pode ser uma coisa saudável. Basta criar outros ambientes e rechaçar o que tem aí de velho.

Fonte: Redação Byte
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