O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios divulgou nesta segunda-feira que instaurou um inquérito civil público contra o aplicativo Lulu - que permite que mulheres avaliem homens anonimamente - e o Facebook, "após ampla divulgação na imprensa de que o Facebook Serviços Online Ltda, em associação com a Luluvise Incorporation, é capaz de ofender direitos da personalidade de milhões de usuários do sexo masculino".
O aplicativo Lulu chegou ao Brasil há duas semanas. Nele, as mulheres avaliam seus amigos homens do Facebook atribuindo notas e opiniões. Os homens não têm acesso às avaliações que recebem, sempre anônimas. Essas avaliações são feitas a partir de questões de múltipla escolha sobre o senso de humor de um garoto, as boas maneiras, a ambição, o nível de comprometimento e a aparência. Elas também podem escolher entre uma lista de melhores e piores qualidades, como #FazRirAtéChorar ou #SafadoNaMedidaCerta.
A Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor instaurou o inquérito na sexta-feira. Segundo nota divulgada pelo Ministério Público, a atribuição de notas e opiniões "sobre diversos aspectos pessoais como desempenho sexual, caráter e forma de interagir com as mulheres em relações íntimas (...) evidencia ofensa a direitos existenciais de consumidores, particularmente à honra e à privacidade, ensejando medidas administrativas e, eventualmente, condenação por dano moral coletivo".
Lulu e Facebook têm cinco dias para se pronunciar sobre o assunto. O Terra procurou as duas empresas, mas nenhuma delas comentou o assunto.
Polêmica
O aplicativo vem causando polêmica desde que chegou ao País, há duas semanas. O Lulu já foi alvo do primeiro processo no Brasil. O estudante de Direito Felippo de Almeida Scolari, 26 anos, entrou com uma ação contra a empresa e contra o Facebook pedindo a exclusão de seu perfil do aplicativo, além de indenização de R$ 27 mil por danos morais.
Além disso, depois do sucesso do aplicativo um grupo de desenvolvedores brasileiros prometeu a revanche, o Tubby. O aplicativo, que deve ser lançado na quarta-feira, deve permitir que apenas homens avaliem as mulheres. Com o slogan "sua vez de descobrir se ela é boa de cama", o serviço causou polêmica pela primeira imagem divulgada do aplicativo, com hashtags muito mais picantes que as do concorrente Lulu. Muitas pessoas acusaram a ferramenta - que ainda nem foi lançada - de machismo.
O aplicativo Lulu, que permite que mulheres façam avaliação de homens a partir do seu perfil no Facebook, vem fazendo sucesso na internet. Porém, muitos homens, que não podem ver as avaliações feitas e tem seu perfil automaticamente colocado no aplicativo - basta ter um perfil no Facebook para que isso aconteça -, estão se sentindo incomodados com a brincadeira
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Um aplicativo para Android que prometia rastrear a vida do namorado fez sucesso e causou polêmica na internet. Criado pelo arquiteto de software Matheus Grijó, o app Rastreador de Namorado fornecia informações como a localização de um usuário Android, fornece cópias de SMS enviados e recebidos e até mesmo transforma o celular em uma escuta, revelando tudo que acontece ao redor. Alegando violação da política da loja de aplicativos do Android, o Google removou o programa da Play Store
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O aplicativo Bang With Friends usa o perfil dos seus usuários no Facebook para encontrar amigos interessados apenas em sexo. O app garante que mostra aos amigos escolhidos que uma pessoa está interessada em sexo com eles apenas se a recíproca for verdadeira. Se o desejo for mútuo, ambos os usuários recebem um e-mail revelando seus nomes
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O jogo Phone Story foi retirado da loja de aplicativos por demostrar violência ou abuso de menores. O programa era uma crítica à própria Apple, e consistia em um jogo em que mostrava as diversas faser de desenvolvimento de um gadget. O game representava referências a trabalho escravo e, em uma das fases, o jogador tinha que salvar trabalhadores que se atiravam de telhados. A Foxconn, fabricante do iPhone na China, enfrentou polêmicas pelo elevado número de suicídio de seus funcionários
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Depois de receber um abaixo-assinado com mais de 146 mil assinaturas virtuais, a Apple decidiu remover o aplicativo Exodus Intenational, que falava em "curar" os homosexuais. O programa incluía vídeos, podcasts, notícias e blog que carregavam a mensagem "provendo apoio para indivíduos que querem se recuperar do homesexualismo", segundo a descrição
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Após dois meses na App Store, a Apple retirou o aplicativo Manhattan Declaration. Segundo a empresa, o app violou os termos por ser ofensiva para vários grupos de pessoas. O software convidava o usuário a se somar às campanhas contra a homossexualidade e o aborto como uma suposta enquete. Depois de responder o questionário, descobria-se que não era uma pesquisa, mas uma prova, com um resultado em que o correto era responder de acordo com crenças de grupos tradicionais cristãos
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O aplicativo "Judeu ou não judeu?", que classificava personalidades em função de serem ou não judias gerou uma avalanche de críticas na França acabou sendo retirado da App Store no país. O motivo foi a violação do Código Penal francês, que proíbe criar ou manter listagens na internet que classifiquem as pessoas em função de sua opção religiosa. O programa segue disponível nos demais países