Inteligência artificial consegue projetar robô que sabe andar em 26s
Pesquisadores usaram impressão 3D para "dar vida" ao algoritmo de design desenvolvido pela IA
Uma equipe de cientistas nos Estados Unidos utilizou a inteligência artificial (IA) para desenvolver um programa capaz de criar robôs a partir do zero em questão de segundos.
Liderados pela Northwestern University, localizada em Illinois, a equipe desafiou a IA a projetar um robô que pudesse caminhar em uma superfície plana.
Para a surpresa dos pesquisadores envolvidos, o programa de IA concretizou o desafio em meros 26 segundos. O estudo sobre a descoberta foi publicado na Academia Nacional de Ciências (PNAS, na sigla em inglês).
Algoritmo
O líder do estudo, Sam Kriegman, da Northwestern University, descreveu o algoritmo de design movido por IA como uma maneira rápida e eficaz de contornar as limitações do processo de evolução, sem depender da influência dos projetistas humanos.
"Pedimos à IA para criar um robô capaz de se locomover em terra firme. Então, ao apertar um simples botão, o programa gerou um projeto para uma máquina em tempo recorde, que não se assemelha a qualquer criatura que já tenha caminhado sobre a Terra. Eu chamo esse processo de 'evolução instantânea'", explicou Kriegman em um comunicado.
"Dando vida"
Para ver se o robô simulado poderia funcionar na vida real, Kriegman e sua equipe usaram as informações projetadas por IA como modelo. Primeiro, eles imprimiram em 3D simulando o "corpo" do máquina e em seguida, encheram o molde com borracha de silicone líquida e deixaram curar por algumas horas.
Quando a equipe retirou o silicone solidificado do molde, ele estava macio e flexível. Os pesquisadores encheram o corpo de borracha do robô com ar, fazendo com que suas três pernas se expandissem.
Quando o ar saiu do corpo do robô, as pernas se contraíram. Ao bombear ar continuamente para dentro do protótipo, ele se expandiu e depois se contraiu repetidamente – causando uma locomoção lenta, mas constante.
O programa de IA recém-desenvolvido analisa constantemente o projeto, identifica falhas e otimiza a estrutura em cada versão subsequente. O robô virtual resultante adquiriu a capacidade de pular, dar saltos e até mesmo se contorcer.
Embora o robô criado seja relativamente pequeno, flexível e sem forma definida, e atualmente seja construído com materiais inorgânicos, Kriegman acredita que isso marca o início de uma nova era de ferramentas impulsionadas pela IA, que, assim como os seres vivos, têm a capacidade de interagir diretamente com o mundo real.