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Hantavirose mata criança em SC; conheça a doença e como evitá-la

Doença que deriva de mordida de rato matou garoto de 11 anos na cidade de Urubici, em Santa Catarina; entenda cuidados e prevenção

22 set 2022 - 15h11
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A hantavirose é considerada uma doença grave e sem tratamento específico, mas pode ser evitada
A hantavirose é considerada uma doença grave e sem tratamento específico, mas pode ser evitada
Foto: Alexa / Pixabay

A confirmação da causa da morte de um menino de 11 anos em Urubici (SC), foi concluída nesta quarta-feira (21). Foi decorrente de hantavirose, uma doença infecciosa transmitida por ratos silvestres. A Secretaria Municipal de Saúde tem alertado para o crescimento de ratos silvestres na Serra catarinense. Só neste ano no estado, já foram confirmados seis casos de hantavirose, dentre os quais quatro causaram mortes.

O vírus surgiu em 1978, quando o agente etiológico da febre hemerológica coreana foi isolado em um pequeno roedor infectado, da especíe Apodemus agrarius, perto do rio Hantan, na Coreia do Sul. Daí vem o seu nome. O caso em Santa Catarina atenta para cuidados necessários na prevenção da doença, portanto saiba mais sobre ela.

O que é hantavirose?

De acordo com o Ministério da Saúde, a hantavirose é considerada uma “zoonose viral aguda”, ou seja, que parte de animais para humanos na forma de um vírus (o hantavírus), e pode se apresentar na forma de uma Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH) ou de uma Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR).

Na América Latina, o primeiro caso é mais comum. O diagnóstico pode ir desde “doença febril aguda inespecífica” até uma síndrome da angústia respiratória (SARA).

O reservatório natural desse vírus são os roedores silvestres, e ele pode ficar alocado na urina, fezes ou saliva dos bichos, que contaminam o ambiente. Caso um humano inale odores dessas substâncias contaminados ou sua pele entre em contato com elas, pode contrair a doença. Mordidas do animal também transmitem o vírus.

A transmissão do hantavírus pode ocorrer por inalação do ar contaminado, contato da pele com secreções do animal ou mordidas
A transmissão do hantavírus pode ocorrer por inalação do ar contaminado, contato da pele com secreções do animal ou mordidas
Foto: Ralph / Pixabay

Normalmente, os humanos inalam as partículas do vírus suspensas no ar, e cerca de duas semanas após o contato, os sintomas começam a aparecer. No entanto, o período de incubação pode ir de um a cinco semanas, com variação de três a 60 dias. Os principais sintomas, no início da doença, são: 

  • Febre;
  • Vômitos; 
  • Dor de cabeça e dor no corpo;
  • Dor nas articulações;
  • Dor lombar;
  • Dor abdominal;
  • Sintomas gastrointestinais.

Quando evolui para um quadro cardiopulmonar, o quadro costuma ser de:

  • Febre;
  • Dificuldade de respirar;
  • Respiração acelerada;
  • Aceleração dos batimentos cardíacos;
  • Tosse seca;
  • “Pressão baixa”.

É nessa fase que pode haver o comprometimento dos pulmões, coração ou rins, o que pode ser muito grave. Pode surgir também edema pulmonar não cardiogênico – daí a possibilidade de o paciente evoluir para insuficiência respiratória aguda e choque circulatório.

Como evitá-la?

A doença é considerada muito grave e, infelizmente, não há tratamento para ela. Como a condição pode levar ao colapso dos rins e do sistema cardiopulmonar, recomenda-se acompanhar para eliminar os sintomas e deixar o paciente estabilizado. Mas há diversas formas de evitar

Profissionais e pessoas expostos em zonas rurais – como foi o caso do garoto de 11 anos – precisam ter mais cuidado, assim como os trabalhadores da saúde que investigam o local da infecção. Especialmente os envolvidos em atividades agropecuárias e de reflorestamento, encarregados de limpeza de galpões, celeiros e armazenamento de alimentos.

Pessoas que moram ou trabalham em regiões rurais devem estar mais alertas para não contrair a hantavirose
Pessoas que moram ou trabalham em regiões rurais devem estar mais alertas para não contrair a hantavirose
Foto: William Sturgell / Pixabay

Portanto, a recomendação do Ministério da Saúde é que sejam utilizadas máscaras PFF3, luva, avental e óculos de proteção nesses locais de risco. Todo profissional exposto também deve ser orientado sobre os riscos e sintomas da doença. 

Para pessoas que vivem em regiões que apresentam risco, também é indicado:

  • Manter a casas e arredores limpos e sem vegetações e entulhos que possam abrigar roedores;
  • Evitar varrer ou espanar locais que possam ser passagem de roedores, preferindo passar um pano úmido com desinfetante;
  • Abrir janelas e portas para deixar o ar e a luz entrarem em locais que ficaram fechados;
  • Deixar os alimentos fora do acesso a roedores;
  • Lavar utensílios de cozinha que estejam guardados por muito tempo, antes de usá-los;
  • Lavar mãos e alimentos antes de comer.

Para diagnosticar a hantavirose, é preciso realizar um exame de sorologia em laboratório. A técnica mais utilizada é a do ELISA-IgM, pois cerca de 95% dos pacientes têm IgM detectável no início dos sintomas. Porém, o RT-PCR também é usado, embora mais como um exame complementar para pesquisa. 

Assim que houver suspeita do diagnóstico, a pessoa deve se dirigir ao hospital para realizar o exame e se submeter às medidas de apoio. 

Fatores ambientais podem influenciar no aumento do registro de casos, como o desmatamento e a expansão das cidades para áreas rurais e de grande plantio. Atualmente, no Brasil, as regiões mais afetadas pela hantavirose são Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Fonte: Redação Byte
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