Google turbina ferramentas de IA para 'marcar território' no domínio de buscas
Empresa apresentou diversas melhorias em buscas por imagens e realidade aumentada com uso de IA em evento nesta quarta, 7
A batalha pelas ferramentas de inteligência artificial (IA) já começou entre as grandes empresas de tecnologia. Depois de anunciar um recurso de busca conversacional — semelhante ao ChatGPT — na segunda-feira, 6, o Google retorna com outras novidades no setor de IA. Desta vez, buscas por imagens e realidade aumentada foram as estrelas do evento da companhia, realizado em Paris, França.
As novidades anunciadas pelo Google passam pelas três áreas principais da inteligência artificial: reconhecimento de informação em imagens, análise de um grande volume de dados em tempo real e processamento de linguagem natural (nas pesquisas). Além disso, a empresa também implementará no buscador uma IA generativa para dar respostas para perguntas que não têm apenas uma resposta correta. Com isso, a página de resultados trará respostas com diferentes pontos de vista.
O momento também não poderia ser mais quente: a própria Microsoft, que vem estreitando laços com a OpenAI nos últimos anos, anunciou na terça-feira, 7, que vai adicionar a IA do ChatGPT ao Bing, site de buscas da empresa, e ao navegador Edge. A aposta da Microsoft é trazer buscas mais eficientes para o site e unir a inteligência artificial conversacional a outras ferramentas da companhia.
No anúncio da ferramenta, Satya Nadella, CEO da Microsoft, afirmou que existe uma corrida pelo domínio das tecnologias de IA e que a empresa já estava se movendo "rapidamente" para conquistar seu espaço. Com o Google sendo, ainda, o maior site de pesquisas do mundo, a integração desses recursos pode mudar o cenário nas Big Techs.
Google Lens
A ferramenta de busca por imagens do Google deve ficar mais eficiente, de acordo com a empresa, que atualizou o recurso para ampliar a utilização de fotos nas pesquisas da plataforma. Até hoje, o Lens conseguia buscar parte de imagens e fornecer um resultado visual semelhante, com algumas informações ou traduções, quando solicitadas.
Segundo a companhia anunciou nesta quarta, usuários poderão utilizar o Lens para recolher informações e, se necessário, manter a identidade visual do objeto de pesquisa. Na ferramenta de tradução, por exemplo, se o texto estiver dentro de algum elemento fotográfico, como um cartaz ou uma capa de livro, a tradução gerada pelo Lens vai transpor as informações na própria imagem, por meio do celular (antes, o usuário tinha acesso apenas ao texto, quase como uma legenda).
Parece simples, mas é um trabalho intenso de aprendizado de máquina e IA: os Blobs, como são chamados os personagens, ganham voz a partir de mais de 16 horas de gravação de canto, para que as vozes possam ser separadas em elementos individuais — que podem ser reconstituídos pelo usuário. Na experiência, cantores de ópera ensinaram a inteligência artificial a cantar em diferentes naipes como baixos, tenores, mezzo sopranos e sopranos.
Bard
O Google também retomou brevemente seu último lançamento antes do evento em Paris: o Bard, chatbot inteligente alimentado pelo LaMDA (Language Model for Dialogue Applications). A ferramenta foi lançada na última segunda-feira, 6, e deve ser implementada em breve nos buscadores da empresa.
Inicialmente, o Google afirma que o Bard terá uma versão mais leve do LaMDA, o que permitirá torná-lo mais acessível a um público maior. Uma das dificuldades do ChatGPT é a alta demanda de recursos computacionais. Em diversos momentos, o serviço fica inacessível devido à alta demanda.
Mas a companhia de Sundar Pichai já tem planos para a tecnologia. No evento, a empresa afirmou que vai disponibilizar um API baseado no LaMDA para que clientes possam desenvolver suas próprias ferramentas a partir da IA.