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Estudo diz que 25% da biodiversidade pode desaparecer neste século

Analisando a interdependência das espécies de animais e plantas, cientistas estimam que até 27% da biodiversidade da Terra pode se perder até 2100

19 dez 2022 - 19h58
(atualizado em 20/12/2022 às 11h07)
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Os resultados de um modelo desenvolvido por cientistas europeus e australianos mostram um cenário preocupante para a biodiversidade global no futuro próximo. Rodada no mais poderoso supercomputador europeu, a ferramenta estima que cerca de 10% das espécies de animais e plantas devam desaparecer até 2050 e que o número de extinções possa chegar a 27% em 2100.

A previsão assustadora foi possível graças a uma modelagem inédita na forma de mostrar o efeito cascata que pode ser desencadeado a partir de uma extinção: outras espécies ao longo da teia alimentar podem ter sua continuidade ameaçada por consequência. Mais de 15.000 teias alimentares foram incluídas na pesquisa para investigar estas relações.

Foto: Imagem: Farid Amadou Bahleman/Wikimedia Commons / Canaltech

O fenômeno é chamado de co-extinção: uma espécie sendo extinta em decorrência do desaparecimento de outra da qual ela dependia. Os cientistas responsáveis pelo estudo já vinham modelando extinções no futuro da Terra, mas foi a primeira vez que entraram a fundo nesta problemática.

O que são as co-extinções

"Pense em um predador que perde sua presa para as mudanças climáticas," exemplifica o professor Corey Bradshaw. "A perda da presa é uma 'extinção primária', ligada diretamente a uma perturbação no sistema. Mas, sem o que comer, o predador também será extinto."

"Toda espécie depende de outra em algum sentido," conclui o especialista. Diversos estudos já fizeram excelentes análises relacionadas às perdas de espécies devido às mudanças climáticas e perdas de habitat. Mas, até agora, não havia sido possível incorporar nos estudos as conexões entre as diferentes plantas e animais.

De quem será a culpa pelas extinções?

O evento, que marcaria a sexta extinção em massa no planeta, tem dois culpados bem claros para os cientistas: mudanças no uso do solo e as mudanças climáticas.

Quanto ao uso do solo, a questão mais evidente está na perda de habitats naturais em detrimento a usos humanos. Nisso se incluem o desmatamento com fins de se converter a área em plantações e pastagens, por exemplo.

As mudanças climáticas, por sua vez, podem tornar características do ambiente impróprias para a sobrevivência de certas espécies. O aumento de temperatura no oceano é um exemplo que pode causar a extinção de várias espécies marinhas.

Fonte: Science Advances Via: Phys.org

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