Em 1978, engenheiros chineses visitaram duas empresas-chave dos EUA; Na volta, começaram um império: o das terras raras
No século 21, as guerras comerciais não são travadas apenas com tarifas, mas com minerais invisíveis que sustentam o esqueleto tecnológico do mundo moderno
Com um simples anúncio, a China desencadeou uma forma inédita de guerra comercial, uma em que não havia tarifas nem taxas, mas sim a manipulação de um recurso estratégico que o Ocidente nunca soube diversificar a tempo. Em poucas semanas, a ameaça de escassez desses materiais de terras raras e ímãs provocou alertas de paralisação em setores que movimentam as economias do mundo. Todo o planeta busca desesperadamente aquilo que Pequim domina com punho de ferro.
E tudo começa com o plástico.
As origens estratégicas
A suspensão parcial das exportações de terras raras por parte da China colocou governos de todo o mundo em alerta, mas, para a liderança de Pequim, essas matérias-primas são um assunto prioritário há quase meio século. Diferentemente de outras potências, que começaram a valorizar seu uso de forma mais tardia, o interesse da China pelos elementos de terras raras remonta ao fim dos anos setenta, quando o país tentava superar as deficiências estruturais herdadas do modelo industrial maoísta.
Sob a liderança de Deng Xiaoping, que sucedeu Mao Tsé-Tung em 1978, a China tomou consciência do valor estratégico desses elementos, não apenas por sua utilidade industrial, mas também por seu potencial militar e tecnológico. Enquanto Mao priorizou a quantidade de ferro e aço, sem dar muita atenção à sua qualidade, Deng impulsionou uma modernização mais técnica e focada. Seu braço executor foi Fang Yi, um tecnocrata de confiança que assumiu como vice-primeiro-ministro e chefe da ...
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