Elon Musk desiste oficialmente da compra do Twitter
Elon Musk afirma que o motivo da desistência foi a violação material de várias cláusulas contratuais, como a falta de informações que ele exigiu
A novela Elon Musk e Twitter chegou ao fim na tarde desta sexta-feira (8) — mas promete alguns capítulos extra. Segundo a Reuters, o CEO da Tesla confirmou oficialmente o encerramento do acordo de aquisição da rede social por US$ 44 bilhões (R$ 231,2 bilhões). Ele teria citado que o motivo da desistência foi a violação material de várias cláusulas contratuais.
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Não há detalhes sobre os itens que teriam sido violados durante o processo da aquisição, contudo, desde que firmou o acordo para compra, Musk tem insistentemente pedido um relatório preciso sobre o número de perfis falsos ou spam existentes na plataforma. Embora ele mesmo tenha designado uma equipe própria para fazer essa varredura, o grupo não conseguiu confirmar a quantidade exata.
Contudo, provavelmente as contas de usuários fakes não é o único motivo para a desistência de Musk em cumprir o acordo e comprar a rede social. Desde o anúncio do seu interesse de comprar o Twitter, as ações da empresa caíram drasticamente. Isso pode estar contribuindo para a possível desistência por parte do bilionário.
Em abril, mês que foi revelado o início das negociações, o preço das ações do Twitter era de US$ 50 (R$ 210), com a empresa valendo cerca de US$ 32 bilhões (R$ 68 bilhões), a oferta de compra do bilionário foi de US$ 44 bilhões, cerca de 38% a mais.
De lá para cá o preço das ações caíram drasticamente e estão valendo no momento da escrita US$ 36 (R$ 189), com um valor total de US$ 29 bilhões (R$ 152 bilhões) Sendo assim o bilionário pode estar tendo a impressão que está pagando caro demais. Nesta sexta, os papeis caíram mais 6%.
A confirmação oficial do encerramento da compra do Twitter por Musk também veio por meio de um documento oficial publicado pela SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, com assinatura do empresário.
O presidente do Bret Taylor, fez uma postagem dizendo que a mesa diretora vai contra-atacar. O Conselho do Twitter está comprometido em fechar a transação no preço e nos termos acordados com o Sr. Musk e planeja entrar com uma ação legal para fazer cumprir o acordo de fusão. Estamos confiantes de que prevaleceremos no Tribunal de Chancelaria de Delaware.
The Twitter Board is committed to closing the transaction on the price and terms agreed upon with Mr. Musk and plans to pursue legal action to enforce the merger agreement. We are confident we will prevail in the Delaware Court of Chancery.
— Bret Taylor (@btaylor) July 8, 2022
Cronologia do caso Elon Musk x Twitter
No começo de abril, Elon Musk comprou 73.486.938 ações do Twitter, equivalente a 9,2% do total de papéis da companhia, e tornou-se um de seus maiores acionistas.
Com o negócio, Musk também foi nomeado para o conselho de administração da rede social. Uma semana depois, o executivo desistiu de fazer parte do conselho. O CEO da plataforma, Parag Agrawal, foi evasivo sobre o assunto; disse apenas que o empresário precisaria, como membro do conselho, "agir no melhor interesse da empresa e de todos os nossos acionistas".
O passo seguinte de Musk foi registrar na SEC uma proposta para comprar todo o Twitter por US$ 44 bilhões, além de fechar novamente seu capital. Segundo ele, é sua oferta final, e se não for aceita, cogita até mesmo deixar de ser acionista da empresa.
No entanto, ele enfrentou resistência da diretoria e de acionistas — em grande parte por temerem uma interferência do ricaço na moderação de conteúdo da rede social, tornando-a mais aberta a desinformação e discurso de ódio.
Mais recentemente, a queda das ações e a falta das informações exigidas por Musk se tornaram decisivas para que a compra fosse finalizada. Executivos do Twitter chegaram a enviar uma pesquisa sobre perfis falsos e spam no dia 2 de maio, com um documento que contabilizou menos de 5% das contas existentes na plataforma são falsas. Mas esse levantamento não convenceu o CEO da Tesla.
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