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Cogumelo que nasce em insetos pode ser usado em novos remédios contra o câncer

Conhecido por se desenvolver dentro de insetos e matá-los, o cogumelo Cordyceps pode ser usado em testes para novos tratamentos contra o câncer e vírus

19 out 2022 - 17h05
(atualizado às 19h16)
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Cientistas sul-coreanos investigam o potencial medicinal de um raro cogumelo, o Cordyceps militaris. Conhecido por nascer dentro de insetos, o vegetal tem propriedades anticancerígenas e antivirais. No entanto, sempre foi um desafio estudar os seus efeitos na prática, porque a criação era limitada. Agora, a equipe desenvolveu formas de cultivo possíveis e mais eficazes em laboratório.

Publicado na revista científica Frontiers in Microbiology, o estudo que descobriu novas formas de cultivo do cogumelo Cordyceps foi liderado por pesquisadores da Universidade da Coreia e da Universidade Nacional de Chungbuk, ambas localizadas na Coreia do Sul. A ideia perfeita de cultivo envolve o uso de insetos de criação, ou seja, aqueles já usados para o consumo humano.

Cogumelos Cordyceps e suas propriedades contra o câncer

Na natureza, o cogumelo Cordyceps libera seus esporos e estes invadem o organismo de insetos saudáveis, provocando a morte dos hospedeiros. Em paralelo, o vegetal literalmente brota da "carne" em decomposição daquele inseto.

No campo da medicina, o vegetal é valioso devido aos seus variados compostos, como o bioativo cordycepin. Segundo os autores do estudo, este poderia ser aplicado na fórmula de novos medicamentos antivirais e de remédios contra o câncer.

"Além disso, descobertas recentes de pesquisas recomendam fortemente estudos pré-clínicos e clínicos de cordycepin para o tratamento da covid-19", explica a pesquisadora Mi Kyeong Lee, um das autoras do estudo, em comunicado.

Nova forma de cultivo do cogumelo que nasce em insetos

Foto: Ralph Katieb/Unsplash / Canaltech

Como forma padrão, o cultivo do cogumelo é feito em laboratório através de grãos de arroz. No entanto, as concentrações do bioativo cordycepin são muito baixas. Isso pode ser explicado a partir da baixa disponibilidade de proteínas para o crescimento do vegetal nesse modelo de cultivo.

Em busca de outras formas de desenvolvimento, os pesquisadores testaram o cultivo em seis espécies diferentes de insetos, incluindo grilos, gafanhotos, besouros e bichos-da-seda. Cada cogumelo foi cultivado por dois meses e, em seguida, foram colhidos.

"Cordyceps cultivados em insetos comestíveis continham aproximadamente 100 vezes mais cordycepin em comparação com Cordyceps em arroz integral", afirma Lee. Segundo a equipe, aqueles cultivados em besouros (Allomyrina dichotoma) produziram os níveis mais altos do bioativo e devem se tornar o novo padrão do cultivo em laboratório.

Superado o desafio do cultivo em laboratório, a equipe esperava avançar na pesquisa de novos fármacos e, um dia, o composto do cogumelo que nasce em insetos poderá ser usado em remédios contra o câncer.

Fonte: Frontiers (1) e (2)  

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