Explosão de raios gama pode ser a mais poderosa já detectada
Astrônomos encontraram uma explosão de raios gama que parece chegar a 18 tEv. Ela pode ter sido causada por algum evento pouco comum, como uma hipernova
Uma equipe de astrônomos identificou uma forte explosão de raios gama, um dos eventos mais energéticos do universo. Inicialmente, o fenômeno foi chamado Swift J1913.1+1946 e era tão intenso que pareceu ter ocorrido perto da Terra, mas, ao rever o fenômeno, eles descobriram que aconteceu a 2,4 bilhões de anos-luz da Terra. Este é um dos eventos mais energéticos já identificados, com energia de até 18 teraelétronvolts (TeV).
"Por estar tão próximo e ser tão energético, este evento significa que a luz de rádio, visível, raios X e gama produzida é extremamente brilhante e, portanto, fácil de observar", disse Gemma Anderson, astrônomo e especialista em eventos transientes do Centro Internacional de Pesquisa em Radioastronomia (ICRAR), na Austrália. O evento recebeu depois o nome "GRB221009A".
On 2022-10-10 I observed the optical afterglow of the extremely bright GRB 221009A = Swift J1913.1+1946 remotely using telescope of Burke-Gaffney Observatory @smubgobs.
Image: stacked 12x300 sec., Ic filter.
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— Филипп Романов/Filipp Romanov (@romanov_filipp) October 10, 2022
As explosões de raios gama são fenômenos tão poderosos que liberam em apenas alguns segundos toda a energia que o Sol irá produzir em seus 10 bilhões de anos de vida. Elas ocorrem quando estrelas massivas chegam ao fim de seus ciclos e explodem em supernovas, ou quando
estrelas de nêutronscolidem.
Não se sabe ao certo qual foi o processo que causou a explosão em questão. "Ainda é muito cedo para dizer", disse Anderson. "A luz de uma supernova vai levar dias para ficar mais brilhante, mas considerando a longa duração desta explosão de raios gama, ela pode ser um tipo muito poderoso de supernova", sugeriu ele.
Até o momento, a explosão parece ter vindo de uma galáxia com bastante poeira. O observatório Large High Altitude Air Shower Observatory (LHAASO), na China, identificou fótons relacionados ao evento com aproximadamente 18 TeV — se os dados do LHAASO forem confirmados por outras observações, a GRB221009A será a primeira explosão do tipo com mais de 10 TeV.
Ainda há muito trabalho pela frente, e os cientistas estão ajustando telescópios para observar o comportamento do brilho em diferentes comprimentos de onda, coletando assim o máximo de informações que podem revelar a causa da explosão. "Uma explosão tão próxima significa que podemos coletar dados de altíssima qualidade para estudar e entender como elas ocorrem", finalizou.
Fonte: NOIRLab
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