Dia internacional da felicidade | Brasil desaba no ranking mundial
Ranking anual da ONU define os países mais felizes do mundo — Brasil desaba de 38º a 49º colocado. No topo, está a Finlândia, e em último, Afeganistão (137º)
Segundo o Ranking da Felicidade da Organização das Nações Unidas (ONU), relatório anual com as pontuações do bem-estar de aproximadamente 140 países, o Brasil está em franco declínio no ranking. De 2022 para 2023, a nação caiu 11 posições, ficando em 49º. Para o ano passado, com dados recolhidos entre 2019 e 2021, estávamos no 38º lugar.
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A tendência se confirma ao olharmos para dados anteriores, como os de 2020, quando o Brasil ocupava o 29º lugar na lista. O mais longe que o país chegou foi a 16ª posição, em 2015. Para essa medida, são levados em conta 7 indicadores principais, com foco na avaliação de vida anual pelo instituto Gallup World Poll.
Como é medida a felicidade?
A instituição pede à população pesquisada que relate, em uma escala de 1 a 10, a nota que daria à própria vida. Dados como PIB per capita, expectativa de vida saudável, apoio social, generosidade, liberdade e percepção de corrupção estão entre os indicadores também considerados para o ranking.
Em relação a 2019, a generosidade subiu em cerca de 25%, por exemplo, em termos globais. O Relatório de Felicidade Mundial, como é oficialmente chamado, está na 12ª edição. A generosidade para com os outros, principalmente a ajuda ao próximo, teve um aumento considerável em 2021, continuando alta em 2022, provavelmente por conta da pandemia e da Invasão Russa da Ucrânia.
O sentimento de apoio social manteve-se 2 vezes mais forte do que o de solidão, assim como as as emoções positivas, que ficaram 2 vezes mais prevalentes do que as negativas, mesmo com os cenários pouco animadores dos últimos anos. Nessa edição, a Finlândia ficou em primeiro lugar pela sexta vez seguida, seguida de Dinamarca e Islândia, nas mesmas posições do ano passado.
Entre as novidades no topo, está Israel, que pulou da 9ª posição para a 4ª. Os outros 6 países do top 10 mantiveram-se ali, com algumas trocas de posição. São eles Holanda, Suécia, Noruega, Suíça, Luxemburgo e Nova Zelândia. Países da África e do Oriente Médio povoam as posições mais baixas, com Líbano ficando em 136º, e Afeganistão, em 137º, posições mantidas em relação ao ano passado. Serra Leoa ficou em 135º, com Zimbábue na 134ª posição e Botsuana na 132ª.
Qualidade de vida e posicionamento
Alguns fatores de qualidade de vida ajudam a explicar as posições. Na Finlândia, por exemplo, o estado providencia o suficiente para os necessitados, com pouca necessidade de doações, aumentando o bem-estar. A honestidade é corrente por lá, com todos acreditando que terão suas carteiras devolvidas caso as percam na rua, por exemplo. Nos Estados Unidos, que subiram uma posição e ficaram em 16º, a taxa de doações é alta, com poucas ações de ajuda no dia-a-dia.
O Uruguai é o primeiro país latino-americano na lista, e subiu duas posições em relação ao ano passado, ficando em 28º. Ao contrário do Brasil, a Argentina subiu 5 posições, ficando em 52º lugar. Em Portugal, país com mais migrantes brasileiros do mundo, a 56ª posição se manteve. A China, país mais populoso do mundo, ficou em 64º, subindo 8 posições. Curiosamente, em Taiwan, que o país considera ser sua província, um levantamento independente o colocou em 27º, com Hong Kong, território autônomo, ficando em 82º.
Mesmo com a guerra, a Rússia subiu 10 posições e ficou em 70º lugar, e a Ucrânia subiu 6 posições, indo de 98º a 92º. No Afeganistão, que se livrou da ocupação americana de 2 décadas, não é difícil imaginar as razões de ser o país menos feliz do mundo. Aproximadamente 1.000 respostas de habitantes de cada país são coletadas todos os anos, levando a Gallup a fazer médias nacionais com base em grupos de 3 anos.
Outra organização, o Instituto Ipsos, divulgou sua própria avaliação, o Estudo Global da Felicidade, feito online. Com dados de 22 mil pessoas em 32 países, contra 137 da ONU, os dados ficaram bem diferentes. O Brasil, por exemplo, ficou como o 5º país mais feliz, onde 83% dos pesquisados se consideraram felizes ou muito felizes. No ano anterior, os mesmos grupos atingiram a marca de 63%.
Mais felizes do que Brasil, ficaram China (91% dos respondentes), Arábia Saudita (86%), Holanda (85%) e Índia (84%). Entre os piores, ficaram Hungria (50%), Coreia do Sul (57%) e Polônia (58%). A pesquisa da ONU foi divulgada na última segunda-feira (20), enquanto a do Instituto Ipsos foi divulgada na última sexta-feira (17).
Fonte: World Happiness Report, Instituto Ipsos
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