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Clima

Bloomberg: sem medidas sustentáveis, prefeito não se reelege

19 jun 2012 - 17h59
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André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro

Líder do grupo de prefeitos que estipulou metas ousadas de redução de gases do efeito estufa na abertura do C40, na manhã desta terça-feira, um dos mais importantes eventos paralelos à Rio+20, o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, não quis comentar se o documento fechado pelos governantes municipais pressiona os chefes de Estado da Conferência da ONU, que ainda vão discutir a redação final até a próxima sexta-feira.

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recepciona o prefeito de N.Y, Michael Bloomberg, junto com moradores da comunidade Babilônia, no Leme, zona sul do Rio. Bloomberg participou mais cedo do C40, grupo formado pelos prefeitos das principais metrópoles do mundo, que definiram reduzir em 1,3 bilhão de toneladas a emissão de CO2 até 2030. O documento será enviado à cúpula de chefes de Estado da Rio+20
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recepciona o prefeito de N.Y, Michael Bloomberg, junto com moradores da comunidade Babilônia, no Leme, zona sul do Rio. Bloomberg participou mais cedo do C40, grupo formado pelos prefeitos das principais metrópoles do mundo, que definiram reduzir em 1,3 bilhão de toneladas a emissão de CO2 até 2030. O documento será enviado à cúpula de chefes de Estado da Rio+20
Foto: André Naddeo / Terra

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Bloomberg enfatizou, porém, que os prefeitos não têm outra saída, nos dias atuais, a não ser adotar medidas de cunho sustentável para suas respectivas cidades. "Seria ótimo se eles (governantes nacionais) pudessem ajudar, mas a questão mais importante é que se os prefeitos não tomarem essas iniciativas, não fizerem um bom trabalho, eles não vão ser reeleitos", explicou o administrador público nova-iorquino, que anunciou mais cedo também que as metrópoles terão ainda metas próprias antipoluição.

"Se ele seguir à risca estas medidas sustentáveis, as pessoas vão olhar, vão julgar, e vão ver que ele merece ser reeleito, e deve ser reeleito, inclusive. Assim funciona a democracia", completou, após visitar o Centro de Operações Rio, no centro da cidade, quartel general dos controladores de tráfego, meteorologia e demais ocorrências da capital fluminense.

Para Bloomberg, que assistiu atentamente à apresentação do centro e suas peculiaridades, como as sirenes que avisam as comunidades em área de risco se a chuva representa perigo nas encostas, investir em sustentabilidade "não é uma questão de gastar dinheiro, e, sim de economizarmos. As pessoas gastam tempo indo para a escola, para o trabalho, ou para onde elas estiverem indo de férias ao invés de sentarem num ônibus, por exemplo. Todo mundo se beneficia. Custa menos tomar medidas sustentáveis".

O 20º homem mais rico do mundo, de acordo com a revista Forbes, e dono do grupo de mídia que leva o seu nome, visitou ainda as comunidades do Chapéu-Mangueira e Babilônia, no Leme, zona sul do Rio de Janeiro. Lá, ele conheceu o projeto Morar Carioca Verde, que tem previsão de construção de 300 casas populares, todas sustentáveis, aproveitando a água da chuva para consumo interno, por exemplo.

Até outubro, segundo a prefeitura do Rio, serão entregues as primeiras 16 unidades para os moradores locais. Para a visita de Bloomberg, a equipe do prefeito Eduardo Paes derrubou um muro que ficava no largo da Rodinha, num dos pontos altos da favela, para que o nova-iorquino pudesse apreciar a vista da Baía de Guanabara. E ao que tudo indica, ele gostou bastante do que viu.

"Nós fizemos um tour pela favela, pude conversar com os moradores e ver que eles estão felizes. Eu sempre vejo se as pessoas estão sorrindo ou não. Quando eu vou visitar as cidades eu sempre reparo nisso, e eu pude ver vários sorrisos por aqui e que as pessoas têm razão para sorrir", afirmou Bloomberg, arrancando também sorrisos do prefeito carioca Eduardo Paes.

"O que eu posso dizer é que as pessoas não poderiam ter sido mais amáveis, gostaria de agradecer pela atenção Nós temos milhares de brasileiros vivendo em Nova York. Eu devo ter em casa provavelmente umas 15 ou 20 camisas de futebol, eu poderia usar todos os dias que eu não as esgotaria", afirmou Bloomberg, prontamente interrompido por Paes, que pediu para que o americano usasse uma camisa do Vasco, seu time do coração. "Não vou entrar nessa briga, não, prefiro pensar no meu time, o Yankees", afirmou sobre o time mais popular do beisebol americano, rival direto dos Red Sox, algo como o Flamengo e Vasco, no Rio.

Sobre a Rio+20

Vinte anos após a Eco92, o Rio de Janeiro volta a receber governantes e sociedade civil de diversos países para discutir planos e ações para o futuro do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorre até o dia 22 de junho na cidade, deverá contribuir para a definição de uma agenda comum sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco principal na economia verde e na erradicação da pobreza.

Depois do período em que representantes de mais de 100 países discutiram detalhes do documento final da Conferência, o evento se prepara para ingressar na etapa definitiva. De quarta até sexta, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da Rio+20 com a presença de diversos chefes de Estado e de governo de países-membros das Nações Unidas.

Apesar dos esforços do secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, vários líderes mundiais não estarão presentes, como o presidente americano Barack Obama, a chanceler alemã Angela Merkel e o primeiro ministro britânico David Cameron. Além disso, houve impasse em relação ao texto do documento definitivo. Ainda assim, o governo brasileiro aposta em uma agenda fortalecida após o encontro.

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Fonte: Terra
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