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Bactérias criam nanopapel que pode restaurar documentos históricos

A engenheira química e pesquisadora do Conicet, Maria Laura Foresti, detalhou que o nanopapel é mais transparente e resistente do que o papel japonês

9 set 2024 - 22h50
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Um time interdisciplinar de cientistas argentinos está fazendo uma revolução na preservação de documentos históricos. A inovação, que envolve a utilização de papéis especiais desenvolvidos a partir de nanocelulose produzida por bactérias, promete transformar a restauração de livros e documentos centenários. Este trabalho é realizado no acervo do Museu Histórico Nacional (MHN) da Argentina, onde uma coleção preciosa de 34 livros copiadores está sendo restaurada.

Produzido na Argentina, o nanopapel é de 15 a 20 vezes mais barato que insumos importados
Produzido na Argentina, o nanopapel é de 15 a 20 vezes mais barato que insumos importados
Foto: depositphotos.com / kefirm / Perfil Brasil

Segundo a doutora Ana Morales, especialista em conservação e restauração de obras de arte, a coleção abrange a atividade comercial de três famílias poderosas entre 1773 e 1827. Estes documentos são um tesouro inestimável para os estudiosos da época. "Mesmo com a boa qualidade do material original, 250 anos não passam em vão", comentou Morales sobre os livros, muitos dos quais apresentam folhas deterioradas.

Uso do Nanopapel na restauração de documentos históricos

Para enfrentar o desafio da deterioração, o grupo de conservadores utilizava, até pouco tempo atrás, o "papel Japão", um material transparente que estabiliza as folhas antigas. No entanto, uma nova inovação está ganhando espaço: o nanopapel. Desenvolvido a partir de fibras de nanocelulose produzidas por bactérias, este novo material promete vantagens significativas.

A engenheira química e pesquisadora do Conicet, Maria Laura Foresti, detalhou que o nanopapel é mais transparente e resistente do que o papel japonês. Após ser aplicado, ele permite uma melhor visualização do texto original e aumenta a durabilidade do livro restaurado. Além disso, o nanopapel adere bem às folhas antigas usando adesivos específicos.

Por que o Nanopapel é a melhor opção?

As vantagens do nanopapel são inúmeras. Primeiro, sua transparência e resistência superam os materiais anteriores. Segundo, como é fabricado na Argentina, acaba sendo muito mais econômico em comparação com os insumos importados. Morales e Foresti calcularam que o nanopapel nacional é até 20 vezes mais barato do que o papel japonês.

Por essas razões, o nanopapel está sendo considerado um marco na restauração de documentos históricos. Além disso, a ideia é expandir sua produção para exportação, oferecendo a profissionais de conservação em todo o mundo uma alternativa eficiente e acessível.

O que é Papel "de trapo"?

Um detalhe curioso sobre os documentos restaurados é que, a exemplo de muitos livros antigos, eles são feitos de papel chamado "de trapo". Em vez de celulose de árvores, o papel era produzido a partir de fibras de algodão obtidas de tecidos. Essa técnica resultou em um papel de alta qualidade e durabilidade.

Os pesquisadores rastrearam a origem desses papéis e descobriram que muitas folhas da coleção eram fabricadas em oficinas na Holanda e na Espanha, utilizando essa antiga técnica de produção. Esses papéis de algodão, conhecidos por sua estabilidade, são fundamentais para a preservação dos documentos, que ainda mantêm visíveis filigranas e marcas de água.

Principais vantagens do nanopapel

  • Transparência: Quase 90% de transparência, permitindo melhor visualização do texto original.
  • Resistência: Mais resistente que o papel japonês, aumentando a durabilidade dos documentos restaurados.
  • Custo: Produzido na Argentina, é de 15 a 20 vezes mais barato que insumos importados.
  • Adesão: Adere bem às folhas antigas utilizando adesivos específicos.
Perfil Brasil
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