Alinhamento dos planetas: É possível observar do Brasil? E até quando o evento poderá ser visto?
Conjunção planetária, que já acontece desde o início do mês, poderá será acompanhada até o dia 5 de junho a partir da observação do horizonte leste
Desde o começo do mês é possível observar, da Terra, um fenômeno astronômico que consiste em um "alinhamento" entre seis planetas do nosso sistema solar. O desfile planetário, uma conjunção protagonizada por Saturno, Netuno, Marte, Urano, Mercúrio e Júpiter, poderá ser ainda visualizado, a olho nu, na manhã desta terça-feira, 4 - sendo a última chance de acompanhar o evento no dia 5, quarta.
Uma observação nítida do fenômeno vai depender, claro, das condições climáticas do local onde o observador estiver (baixa nebulosidade, por exemplo), da quantidade de objetos que podem obstruir o horizonte (prédios altos) e também da quantidade de luz no momento da observação, já que alguns dos planetas ficam mais nítidos na escuridão.
A boa notícia para os entusiastas é que será possível observar o alinhamento planetário de todas as regiões do Brasil. Mas, segundo os especialistas, será necessário um esforço um pouco maior do que apenas levantar a cabeça e olhar para o céu. A observação deverá ser feita de madrugada, pouco antes do sol nascer e em direção ao horizonte leste.
"O horizonte leste deve estar bem limpo e livre de obstáculos, como prédios, montanhas, árvores. Quanto mais alto você subir para ter uma visão limpa do leste antes do Sol nascer, é melhor", diz Rodolfo Langhi, professor e coordenador do Observatório de Astronomia Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Segundo o docente, é possível ver Marte e Saturno a olho nu, com certa facilidade, enquanto Mercúrio e Júpiter, por serem mais "brilhantes", podem ser detectados no crepúsculo, isto é, antes do nascer do Sol. Porém, observar Urano e Netuno se trata de uma missão mais complexa, que requer experiência e aparelhos à disposição, como telescópios e mapas localizadores.
"Mercúrio e Júpiter aparecerão mais próximos no céu da manhã de 4 de junho. Os dois planetas estarão separados por menos de um grau. Ou seja, se você erguesse o dedo mindinho na largura do braço, ambos os planetas se esconderiam perfeitamente atrás dele", afirma.
À medida que os dias vão passando, os planetas vão mudando de posição no céu - por estarem girando em torno do Sol - e o alinhamento vai se desfazendo aos poucos.
A última chance de capturar todos os seis planetas, diz Rodolfo Langhi, será provavelmente em 5 de junho, quarta-feira, quando Mercúrio estará caindo rapidamente em direção ao horizonte e Júpiter estará mais alto - mas sob a fina lua crescente que vai pairar acima do dois planetas.
"Em breve, Mercúrio estará muito perto do Sol para ser visto. No entanto, Júpiter estará se movendo mais alto, fora do brilho do nascer do Sol", diz.
