Cargueiro chinês revoluciona comércio marítimo: da China à Europa em 20 dias
Em 20 dias, o Istanbul Bridge uniu a China e a Europa pelo teto do mundo, navegando entre o gelo para entregar baterias e componentes de carros elétricos
Um porta-contêineres chinês acaba de fazer história. O Istanbul Bridge acaba de completar pela primeira vez uma travessia pelo Ártico até o porto britânico de Felixstowe, reduzindo pela metade o tempo habitual de envio de mercadorias da China para a Europa. Levava a bordo cerca de 4.000 contêineres, carregados com baterias de íons de lítio, painéis fotovoltaicos e componentes para carros elétricos.
A viagem, que partiu do porto chinês de Ningbo-Zhoushan em 22 de setembro, durou cerca de 20 dias, apesar de um atraso de dois dias devido a uma tempestade na costa da Noruega. Para colocar em perspectiva: os cargueiros que cruzam o Canal de Suez costumam levar entre 40 e 50 dias.
A travessia, como aponta a agência estatal chinesa Xinhua, foi realizada pela Rota Marítima do Norte, um corredor que se estende completamente dentro da zona econômica exclusiva da Rússia. O aquecimento global, que reduziu drasticamente o gelo marinho, abriu uma janela sazonal para esse tipo de navegação.
Como destaca a Reuters, durante as últimas quatro décadas, o Ártico se aqueceu quatro vezes mais rápido que a média do planeta, tornando viável o que antes era impensável: rotas comerciais regulares sobre o teto do mundo.
Pequim vem colaborando há anos com Moscou nessa região com o objetivo de reduzir sua dependência do estreito de Malaca e do Canal de Suez, dois pontos críticos do comércio mundial. Com uma guerra comercial ativa com os EUA, a China busca rotas mais rápidas e seguras para a Europa, ...
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