Apple quer usar seus dados para economizar bateria no iOS 19; veja como vai funcionar
Nova versão do sistema trará gerenciamento de energia com IA treinada em padrões de uso dos iPhones
A Apple vai utilizar inteligência artificial (IA) e dados de uso dos próprios usuários para ampliar a autonomia da bateria dos iPhones no iOS 19, sistema que deve ser apresentado oficialmente no início de junho, durante a Worldwide Developers Conference (WWDC). A novidade marca a maior reformulação da interface do iPhone desde o iOS 7, com mudanças também no design do iPad, Mac e Vision Pro.
De acordo com Mark Gurman, colunista da Bloomberg conhecido por divulgar novidades da Apple antes do lançamento, o novo sistema vai trazer um recurso de gerenciamento de bateria integrado à plataforma Apple Intelligence. A ferramenta vai analisar o comportamento do usuário para realizar ajustes automáticos e reduzir o consumo energético de aplicativos e serviços que rodam em segundo plano.
O novo sistema vai identificar padrões de uso individual por meio de dados do celular e poderá, por exemplo, restringir recursos de apps menos utilizados em momentos críticos de bateria. A função também vai incluir um novo indicador na tela de bloqueio, informando quanto tempo falta para o carregamento completo do dispositivo.
A estratégia faz parte do esforço da Apple para viabilizar o uso de dispositivos mais finos, com baterias menores. O iPhone 17 Air, previsto para ser lançado ainda este ano, deve estrear com um corpo ultrafino, o que exigiu um novo modelo de gerenciamento energético. A ferramenta baseada em IA surge, assim, como uma solução para as limitações físicas do aparelho.
Outras novidades
Além da função de economia de bateria, o iOS 19 deve adotar um novo padrão visual unificado. Chamado internamente de Solarium, o design será aplicado também ao iPadOS 19 e ao macOS 16, reforçando o plano da Apple de integrar visualmente suas plataformas. O visual vai contar com elementos translúcidos, cantos mais suaves e uma nova barra de navegação flutuante em apps nativos.
Essa atualização visual é a mais radical desde a chegada do iOS 7, e mira oferecer uma experiência mais fluida entre os dispositivos da marca. A inspiração vem do visionOS, sistema presente nos óculos de realidade mista Vision Pro, e antecipa uma linha de design mais coesa para os próximos anos.
Além do iPhone e do iPad, outros dispositivos como o Apple Watch e o Mac também devem receber recursos vinculados à Apple Intelligence, ainda que os modelos mais simples não recebam os algoritmos diretamente no dispositivo, devido ao alto consumo de energia dos modelos de IA.
Apesar de promissora, a adoção da Apple Intelligence tem enfrentado desafios. Lançada no ano passado, a plataforma ainda não entregou todas as funcionalidades prometidas, como a reformulação completa da assistente Siri, adiada por tempo indeterminado. Ainda assim, a Apple deve destacar a tecnologia como centro de suas novas experiências com IA.
A empresa também trabalha em uma nova versão do app Saúde, com previsão de lançamento em 2026. Com codinome Mulberry, o recurso deve funcionar como um médico virtual treinado com base em inteligência artificial, embora poucos detalhes tenham sido confirmados até agora.
A Apple pretende concluir o desenvolvimento do iOS 19 e demais sistemas até o fim de maio. A primeira versão beta será liberada para desenvolvedores no dia 9 de junho, durante a WWDC. O lançamento público da versão final está previsto para setembro, junto da nova geração de iPhones.
Na terça-feira, 13, a empresa lançou o iOS 18.5, atualização que corrige bugs e traz melhorias pontuais. Já o iOS 18.6, em desenvolvimento, incluirá suporte à Apple Intelligence para usuários na China. A expectativa é de que o iOS 19 seja o início de uma nova fase na estratégia da Apple para integrar IA em todos os níveis do sistema.