Apple considera aumentar os valores do iPhone independentemente das tarifas de Trump
Reajuste previsto já para 2025 seria para cobrir as novas tecnologias oferecidas pelos aparelhos
De acordo com informações divulgadas pelo The Wall Street Journal, a Apple está considerando aumentar o valor dos iPhones ainda neste ano. A reportagem diz que as mudanças não teriam relação com as imposições tarifárias de Donald Trump, mas sim para acompanhar novidades de tecnologia e design nos aparelhos, que incluem modelos ultrafinos.
Apesar da China e os EUA terem voltado atrás em relação a guerra comercial tarifária, a taxa inicial de 20% para produtos chineses nos EUA ainda está em vigor, e abrange a produção dos smartphones.
Desde o início do conflito comercial entre os dois países, Tim Cook, CEO da Apple, enfrenta pressão sobre as decisões de Donald Trump, já que as tarifas prejudicam a produção dos aparelhos da empresa, que ainda dependem muito da China. Nesse sentido, Cook acumulou estoques antes mesmo do tarifaço, e transferiu parte da fabricação da empresa para a Índia.
No entanto, os modelos de iPhone mais caros - e mais lucrativos -, como os da linha Pro e Max, continuam sendo fabricados na China. Mesmo que os aparellhos possam ser fabricados na Índia, a infraestrutura das fábricas no país ainda não são capazes de suportar a produção em grande escala, como a China faz.
De acordo com dados do banco de investimentos americano, Jefferies, dos 65 milhões de iPhones que a Apple vendeu nos EUA em 2024, cerca de 36 a 39 milhões eram modelos Pro ou Pro Max.
Assim, a empresa teria dificuldade de equilibrar os custos das tarifas da China apenas buscando minimizar os custos de seus fornecedores. Então, caso não aumentasse o valor de seus produtos, sofreria um impacto em seu próprio lucro.
O CEO da Apple espera que as atuais políticas tarifárias resultem em US$ 900 milhões em custos adicionais neste trimestre.
A Índia foi responsável por cerca de 13% a 14% das remessas globais de iPhone em 2024. É esperado que esse número dobre ainda este ano. De acordo com especialistas, os números do ano passado não seriam suficientes para suprir a demanda dos EUA e da China no atual cenário. Entretanto, a China continua sendo um essencial fornecedor para a empresa.
*Mariana Cury é estagiária sob supervisão do editor Bruno Romani