App que cria parceiros afetivos via IA relança conteúdo sensual

A interação entre chatbots e humanos está cada vez mais próxima — no sentido mais real possível. A empresa Replika, dona de uma inteligência artificial (IA) que interage com usuários da plataforma, restaurou um recurso que permitia "flertes eróticos", ou relações com bots. O anúncio foi feito na última sexta-feira (24). 

A CEO da companhia, Eugenia Kuyda, disse em uma mensagem aos usuários do app que, após receber queixas, retomou o recurso que permite que a IA exiba publicações com cunho adulto e se relacionem de forma amorosa com humanos.

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O recurso “companheiro virtual”, que usa texto gerado por IA para conversar com os usuários, mudou seus filtros no mês passado para fazer com que Replikas parassem de se envolver em polêmicas com temas sexuais. Esta, no entanto, é uma parte central da experiência de muitos usuários com a plataforma.

“Uma linha comum em todas as suas histórias foi que, após a atualização de fevereiro, seu Replika mudou, sua personalidade se foi e seu relacionamento único se foi. E para muitos de vocês, essa mudança abrupta foi incrivelmente dolorosa”, disse Kuyada.

Polêmicas envolvendo o app 

As polêmicas envolvendo o aplicativo, no entanto, não se limitam à atualidade. Em 2021, usuários do Replika disseram que seus chatbots de repente se tornaram sexualmente agressivos e estavam tentando iniciar uma "dramatização erótica" mesmo quando os perfis não estavam interessados. 

Já em fevereiro deste ano, usuários do Replika afirmaram que seus parceiros bots não estavam mais respondendo a solicitações eróticas de RPG, mesmo que tivessem escolhido relações românticas.

Descobriu-se então que o aplicativo lançou novos filtros que fizeram com que Replikas fechasse conversas envolvendo sexting, conteúdo sexual e conteúdo adulto.

Com a atualização, Kuyada disse que a empresa planeja desenvolver um aplicativo separado para interações românticas. “Estamos nos unindo a especialistas em relacionamento e psicólogos para receber orientação sobre o que é mais benéfico para o bem-estar mental”, escreveu ela.