Antes da clausura para o conclave, os cardeais fizeram uma última coisa no Vaticano: se empanturraram
Às vésperas de se recolherem para escolher o sucessor, suas excelências bateram aquele último prato de lasanha em Roma
O conclave que levará os cardeais à escolha do novo papa pode se arrastar por um longo tempo. A história, como veremos a seguir, está cheia de exemplos que nos dão uma ideia do que pode acontecer quando aquelas portas se fecharem. Para termos uma noção, a reunião que terminou com o anúncio de Gregório X durou quase três anos — tanto que até removeram o telhado para incentivá-los a tomar uma decisão. Nesse contexto, o cardápio das refeições pode se tornar um fardo considerável.
O que comem os futuros papas
Há mais de 750 anos, as refeições servidas durante os conclaves papais estão sujeitas a regras rigorosas, criadas para preservar a confidencialidade absoluta do processo de eleição. O que pode parecer um simples detalhe logístico — alimentar 135 cardeais por dias, semanas ou até anos de reclusão — é, na verdade, uma parte profundamente ritualizada e vigiada do evento mais secreto da Igreja Católica.
A comida, assim como a palavra, pode comunicar — e é justamente esse potencial que motivou um sistema de controle quase obsessivo, que proíbe, por exemplo, tortas fechadas, frangos inteiros ou bebidas em recipientes opacos. Em tempos antigos, uma empada podia esconder uma mensagem cifrada, ou um guardanapo sujo podia levar notícias ao mundo exterior. Hoje, a preocupação gira mais em torno de dispositivos eletrônicos, mas a lógica da vigilância segue firme. O que os cardeais comem, como comem e com quem continua sendo parte de uma intrincada rede simbólica e prática que protege...
Matérias relacionadas
Só o sinal de Deus online: Vaticano toma atitude extrema para manter sigilo do conclave